2002-12-26


Diálogo de crianças na sala. A mãe escuta da cozinha.
- Joãozinho, vou mudar a partir de hoje.
- Como assim, Samuca?
- Aquilo que a professora falou. Vou usar como filosofia de vida.
- O treco de ajudar os semelhantes?
- Isso. A partir de hoje vou sempre ajudar meus semelhantes.
A mãe grita da cozinha
- É Samuca? Então me ajuda a secar a louça aqui.
- Não mamãe.
- Como assim?
- Não é tu quem sempre diz que eu me pareço mais com o papai?

SEMELHANTES
Música do dia:

OPEN BOOK
Cake

She's writing, she's writing,
She's writing a novel.
She's writing, she's weaving,
Conceiving a plot.
It quickens, it thickens.
You can't put it down now.
It takes you, it shakes you,
It makes you lose your thought.

But you're caught in your own glory.
You are believing your own stories.
Writing your own headlines.
Ignoring your own deadlines.
But now you've gotta write them all again.

You think she's an open book,
But you don't know which page to turn to, do you?
You think she's an open book,
But you don't know which page to turn to, do you?
Do you? Do you?

You want her, confront her.
Just open your window.
Unbolt it, unlock it,
Unfasten your latch.
You want it, confront it.
Just open your window.
All you really have to do is ask.

But you're caught in your own glory.
You are believing your own stories.
Timing your contractions.
Inventing small contraptions
That roll across your polished hardwood floors.

You think she's an open book,
But you don't know which page to turn to, do you?
You think she's an open book,
But you don't know which page to turn to, do you?
Do you? Do you?

You think she's an open book,
But you don't know which page to turn to, do you?
Do you? Do you? Do you?

Privada lembra fezes, que lembra reto, que lembra cu, que lembra sexo.
Pública lembra de todos, que lembra puta, que lembra sexo.
Prova lembra que esqueci de estudar, que lembra matéria difícil, que lembra sexo.
Livre arbítrio lembra fazer o que quiser, que lembra ninguém é de ninguém, que, obviamente, lembra sexo.

PRIVADA PUBLICA PROVA O LIVRE ARBÍTRIO - TUDO LEMBRA O QUE TU QUISER
(sexo)

Fruto não cai longe do pé.

O neto do Woody Allen foi sacaneado no dia da sua festa de formatura. Ele se correspondeu com uma suposta linda garota por e-mail, para ver se arranjava um par. Dois dias antes ele descobriu tudo: a garota não passava de um dos seus "amigos" que, ao mesmo tempo, passava e-mails melosos de um suposto bonitão para Sarah Willians, famosa naquela high-school. Para ter uma idéia, dizia-se que ela causava inveja à lua, tamanho o número tão superior de crateras visíveis em sua face.

A vingança é um prato que se come frio.

Nesse intuito, o neto do Woody Allen fez saber por toda a escola que iria se vingar de seus traidores. Contactou Sarah e confirmou o encontro. Esse momento foi esperado por todos - inclusive os garotos do time de foot-ball e suas garotas quentes. Depois de uns momentos de espera angustiante, pode-se ver o neto do Woody Allen chegar, cumprimentar Sarah e dar-lhe um buquê de cravos.

Cravos para uma cara cheia de cravos. Só que ninguém - óbvio - entendeu a piada.

WOODY ALLEN DEVIA VIR COM MANUAL DE INSTRUÇÕES

.

A onda agora é livro de auto ajuda. E como eu estou sem dinheiro nenhum, resolvi me integrar a esse novo movimento lançando as minhas receitas para a felicidade. O título vai ser Tire o máximo do mínimo, pelo menos provisóriamente. Talvez eu até pudesse dar uns conselhos no programa do Ratinho.

A síntese do livro é simples: ensina como aproveitar cada momento como se fosse o ótimo, trazendo para os dias de hoje tudo aquilo que povoa os seus sonhos mais distantes. E isso tudo com uma série de atitudes mentais positivas e reinterpretando os indícios da sua qualidade de vida.

Alguns de meus conselhos para a felicidade imediata:

1- Aprenda a apreciar bombons exóticos (como os de passas, trufas, ameixa, etc...). Isso traz a sensação agradável de ver que você sempre é rápido o bastante para comer o seu bombom preferido mesmo quando a caixa é aberta diante parentes esfomeados. Chamamos isso de prazer temporal.

2- Goste de filas. Assim você terá a impressão de que o momento mais adorável da sua vida não passa tão rápido como as pessoas dizem. É o princípio da permanência sentimental.

3- Faça as suas notas em quaisquer avaliações tenderem a zero. Isso faz com que você maximize a possibilidade de um final de semana agradável (a famosa minimização como prazer maximo).

Isso só de início. Se quiser saber mais, compre, nas melhores livrarias.

JABÁ
Natal.

Até mesmo essa instituição weblógica resolveu participar dessa onda. Tanto que se vocês pudessem me ver agora, vislumbrariam um rapaz relativamente magro, de cabelos bem curtos e barba tosca trajando um modelito também tosco - para combinar, óbvio - papainoelesco. Ou seja, toca, saco (mais cheio que o de costume, pois afinal, é natal ), roupão e calça vermelhos e botas de inverno. Tré chic.

E tivemos aqui um amigo secreto, óbvio, porque ninguém tem dinheiro para presentear a todos. Dois dias antes do natal, nos reunimos, eu e o Johny Walker, para tirar os nomes. E na ceia trocamos presentes. Houve até mesmo um momento de tensão pré fabricada, quando eu tive que dizer as características do meu amigo secreto: companheiro de festas, tristezas, alegrias, encopado, doze anos, pouco gelo... tinha tirado o próprio Johny! E vocês nem adivinham quem ele pegou: eu! Fantástico.

Dei-lhe um presente simples: um copo baixo, liso e bojudo com uma forma de gelo transparente para combinar. Ele me deu um litro de Johny Walker Black, como não podia deixar de ser. Mais de cem reais custa isso. Me senti lisongeado. Tanto que brindamos a isso várias vezes durante a curta noite. Que, aliás, terminou do jeito que não podia deixar de ser: ele na estante e eu na cama. Por um poquinho ele não pára no lixo. Esse Johny...

No dia vinte e cinco os elefantes de toda a vizinhança resolveram fazer um concurso de dança flamenca na minha cabeça.

AMIGO SECRETO

Minha mãe não foi politicamente correta na hora da distribuição de presentes nesse natal.

Um casal de primos meus saiu muito feliz com seus cd's do System of a Down e outro da Avril Lavigne. Nunca pensei que o papai noel daqui de casa um dia se revoltasse a esse ponto, onde distribui drogas à menores de idade.

DA SÉRIE "O QUE EU GOSTO É BOM E O RESTO É UM LIXO SIM, E DAí?"

2002-12-17

Bem.

Vadiando pelos blogs, encontrei uma pessoa que há tempos não tinha notícia. Estava lendo o site do Diego Sapia Maia - onde fui parar diretamente do Utopia Dilucular - quando deparei-me com um caso no mínimo absurdo de onde a tosquice humana cibernética pode chegar. Um caso de um cara que manda comentários assinando por outros para gerar desordem. Inacreditável.

Pois é. Nesse site fiquei sabendo que o Henrique Miura, velho parceiro de Ivox que adora esmiuçar filmes em geral, mantem um weblog. Vale a pena dar uma lidinha nas opiniões dele, sempre um novo ponto de vista para todos os filmes que imaginar. E escolhe se discorda ou concorda - a opinião final sempre é a tua. No site temos apenas uma opinião, mas creio que logo as outras devem ser devidamente postadas.

VADIAGENS E INSANDICES
De tudo o que se escreve, aprecio apenas o que alguém escreve com o seu próprio sangue. Escreve com o sangue e aprenderá que o sangue é espírito.

Nietzsche, Assim Falou Zaratustra
.

Antigamente as pessoas tinham que se expressar em francês. Tudo o que tivesse que ser discutido, divulgado e entendido tinha que ter verbo franco. A não ser que fosse algo psicológico ou filosófico, quando se podia fazer o uso do alemão. Tratados teutos, mas para uma quantidade muito seleta de pessoas. Só aqueles que tinham muita prática escarrativa e xingativa, eu diria.

Hoje todo o mundo se comunica em inglês. Obrigatoriamente. Eu devia ter nascido um século antes, com certeza.

LAPSOS TEMPORAIS

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Eu tenho um arquivo chamado "Documento". Ele é ".doc". Guarda todas as coisas que eu preparo durante o dia para escrever por aqui durante a noite. Escrevo no word pad, porque não gosto que o word fique tentando corrigir meus erros. É uma questão de estilo tentar escrever as coisas de uma maneira não convencional. Só que as máquinas não entendem isso. E muitas pessoas também. Acho que o mundo está perdendo a sensibilidade à arte.

ARTE

Vou sair, olhar os rótulos e ir comprando. Só para ver no que dá.
Dinheiro, não senhor. Tenho nenhum.
É, as coisas são complidacas. Insolúveis, quiçá.
Às vezes não tenho palavras. Sonzinho algum.
Noutras, vontade. O que será?

COISA
Trazendo mais um para a privada:

Vidas Paralelas & Pcman, site com textos muito bons. En español, persupuesto. Tem ali um link para o outro site do cara, o Boca del Lobo, onde se vêem posts de uma Myriam, um pouco mais opinativo que o outro (com uma grande mijada nos cartolas do Barcelona e um tratado interessantíssimo sobre um provérbio suíço), mas de igual qualidade. Ah, só para lembrar, a maioria dos posts desse segundo são em catalão (ou seja, não se entende quase nada).

PRIVADA INTERNACIONAL

O Lou Reed é foda:

Sugar plum fairy came and hit the streets
Looking for soul food and a place to eat
Went to the Apollo, you should have seen him go go go - they said:
Hey Sugar, take a walk on the wild side,
Said hey honey, take a walk on the wild side.


Próxima aquisição, com certeza, o relançado (agora em cd) Transformer, de 1972, do grande mestre. Uma das vozes mais fodas de toda a discografia mundial.

I am calling, yes I'm calling just to speak to you
For I know this night will kill me, if I can't be with you
If I can't be with you


AQUISIÇÕES

Música do dia:

PERFECT DAY
Lou Reed

Just a perfect day,
Drink Sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.

Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
It's such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.

Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow...

2002-12-13

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Eu ficaria nervoso se tivesse que fazer uma entrevista com aquele que se chamava Prince. Ele se apresenta com aquela porcaria de símbolo que eu não sei o que significa - mas que já foi alvo de muitos colóquios - e nem tem pronúncia conhecida. Eu gosto de fazer as coisas na informalidade, então, não chamaria ele de "Aquele que se chamava Prince". Imagina que coisa tosca: "Aquele que se chamava Prince, qual foi a idéia que o sr teve para mudar de nome?" Provavelmente eu ousaria, e chamaria ele de Seu Coisinha.

- Seu Coisinha, onde o senhor estava com a cabeça quando dava os beijinhos durante a música "Kiss"?
- Ah, certo. E seu coisinha, você chamaria a sua música de música?
- Seu Coisinha, se o senhor não nascesse coisinha, o que mais o senhor gostaria de ser?
- Mas se não existisse bosque encantado algum, seria uma colocação ideal o trenó do Papai Noel?
- Seu Coisinha, dizem por aí que o senhor e o Michael Jackson não se dão. Isso indica que o senhor não é do troca troca?
- Vamos para um bate bola? Não, seu coisinha, verbal.
- Banana ou beringela?
- Bela Adormecida ou Cinderela?
- Rosa ou Roxo?
- "YMCA" ou "I will survive"?
- Muito obrigado, Seu Coisinha. Espero que tenha apreciado a entrevista.

ENTREVISTA

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O amadurecimento do indivíduo. No início do século, as pessoas viviam até os cinquenta anos, sessenta, no máximo. E, nesse período, as pessoas atingiam a sua maioridade cedo. Alguns deviam se tornar provedores aos quinze anos - outros mais cedo - por que não conseguiam chegar aos quarenta com sua capacidade produtiva a pleno. Na realidade, estavam cansados demais de longas jornadas, de comer pouco. Isso quando não morriam de gripe, de cólera, e de outras doenças da época.

Hoje as coisas são diferentes. Se vive até os oitenta anos com folga. É só seguir o que os médicos dizem. É, pode parecer um pouco chato, eu sei, mas de qualquer forma temos uma receita. E horários de trabalho mais humanos, por mais incrível que pareça. Hoje trabalhamos nove horas ao invés de dezesseis. E temos um estímulo do governo: aposentadoria só com sessenta e cinco, o que nos dá pelo menos quase meio século de vida produtiva.

Só que estranhamente a nossa vida alargou e o processo de maturação encolheu. Quero dizer com isso que hoje uma pessoa com treze anos quer ser considerada adulta do mesmo modo que no início do século. E acho que é um dos nossos grandes problemas hoje: envelhecer rápido demais. O que vai sobrar para quando realmente começarem a viver? A natureza ensina que depois da mturação, vem a putrefação.

Desculpem, mas eu não quero perecer por birra.

NOVOS CICLOS DA VIDA

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Entalpia, medida física. Definida como o grau de desordem das moléculas, é ela a responsável pela mistura dos gases que formam o ar. Difícil de entender? Acho que não. Depende basicamente de entender que o mundo é formado de átomos. E esses átomos se chocam uns com os outros. Essas colisões geram energia, e essa energia precisa ir para algum lugar.

Então, essa agitação do ambiente é a entalpia. Tá, e daí? Bom, daí que a variação da energia em processos térmicos irreversíveis - como a geração de calor por queima de alguma coisa - geram um aumento dessa energia a nivel global. Ou seja, sempre que cozinhamos um bolo, estamos contribuindo para o aumento da bagunça molecular mundial.

Só para lembrar, nós somos um aglomerado de átomos - ou seja, estamos sujeitos a variações entálpicas. Logo, temos uma certa faixa de entalpia suportável pelas nossas estruturas biológicas. Se o equilíbrio for rompido, poderemos simplesmente nos desfazer. Como castelos de areia ao vento.

Assim, os bolos de chocolate vão acabar com a humanidade. Viu como é fácil gerar caos com a ciência?

FÍSICA A SERVIÇO DA DESORDEM

Música do dia:

I WANT TO BREAK FREE
Queen

I want to break free
I want to break free
I want to break free from your lies
You're so self satisfied I don't need you
I've got to break free
God knows, God knows I want to break free.

I've fallen in love
I've fallen in love for the first time
And this time I know it's for real
I've fallen in love, yeah
God knows, God knows I've fallen in love.

It's strange but it's true
I can't get over the way you love me like you do
But I have to be sure
When I walk out that door
Oh how I want to be free, baby
Oh how I want to be free,
Oh how I want to break free.

But life still goes on
I can't get used to, living without, living without,
Living without you by my side
I don't want to live alone, hey
God knows, got to make it on my own
So baby can't you see
I've got to break free.

I've got to break free
I want to break free, yeah
I want, I want, I want, I want to break free.
Começo dos trabalhos.

Vamos hoje corrigir um pequeno erro: a ausência do Gandalf, em seu incrível Porão, foi suprida pela inclusão do seu nome nos links da esquerda dessa privada. E junto vem a minha aderência (putz) à sua nova campanha:



Porque eu também sou um universitário desempregado e sustentado pelos pais.

2002-12-12

Música do dia:

MARIGOLD
Nirvana

He's there in case I wandered off
He's scared because I want
He's there in case I want it all
He's scared because I want

All in all the clock is slow
Six colour pictures all in a row of a marigold
Resolvi brigar com o português.

Pontos, vírgulas e outras regras estão sendo sumariamente ignoradas em nome da minha paciência.

RESOLUÇÕES INTERNAS
Soluções práticas:

Devido ao lançamento incessante - irritante também seria um bom adjetivo - de correntes na internet, venho por meio desta sugerir a adoção da Corrente Perfeita. Ela vai ser usada toda a vez que alguém encaminhar, criar, anexar ou mesmo achar que uma corrente é séria e funciona. Segue a foto da dita corrente:



Se reclamar que de uma hora para outra o número de spams na sua caixa aumentou depois de encaminhar a corrente, ganha ainda de brinde e inteiramente de graça uma bola de ferro para pendurar no pescoço.
O e-mail:

Eai Pessoal! Atenção!

Não sei se vocês gostam ou não do Green Day. Porém os cara estão organizando um abaixo assinado contra a guerra ao Iraque que será entregue ao Presidente imperialista George W. Bush. No qual podemos expressar o não a mais uma guerra comercial de bush e seus comparsas. O endereço do Green day é www.greenday.net e tem um ícone para entrar na petição do não a guerra.

Valeu pela Atenção!!!


Será que tem gente que acredita que vinte bilhões de emails escritos em vermelho - e em negrito e mais itálico, ainda por cima, com fonte 36 - vai fazer o texano mudar de idéia?

Auto promoção é foda. Tinham é que bombardear esses "bons samaritanos".

SPAM
Verdade Fundamental de Gerrold
É uma boa coisa que o dinheiro não possa comprar felicidade. Não agüentaríamos os comerciais.

Postulado de Perkins
Quanto maior você for, mais forte eles batem.

Lei da retroação de Stewart
É mais fácil conseguir o perdão que a permissão.

O princípío da Salsicha
As pessoas que gostam de salsichas e respeito não devem ver como ambos são feitos.

Quarta lei da termodinâmica
Se a probabilidade de sucesso é quase um, então ela é próxima de zero.

Sétima lei de Menchen
O adultério é a aplicação da democracia ao amor.

Leis militares de Murphy
14 - Não existe nada mais agradável do que quando alguém atira em você, e erra.

Máxima de Manly
A lógica é um método para chegar a uma conclusão errada com toda a confiança.

Lei de Murphy
Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará.

Corolário de Murphy
Deixadas ao acaso, as coisas tendem a ir de mal a pior.

Constante de Murphy
As coisas são danificadas proporcionalmente ao seu valor.

Revisão quantizada da lei de Murphy
Tudo dá errado ao mesmo tempo.

Comentário de O'toole
Murphy era otimista.

Lei de Gumperson
A probabilidade de uma coisa acontecer é inversamente proporcional ao desejo que ela aconteça.

Lei da Gravidade Seletiva
Um objeto sempre cai de modo a causar o maior prejuízo possível.

Lei de Schmidt
Se você mexer com algo o tempo suficiente, conseguirá quebrar.

Lei de Carson
É melhor ser rico e saudável que pobre e doente.

Lei de Knigth
Vida é o que acontece com você quando você faz outros planos.

Segunda lei de Hartley
Nunca vá para a cama com alguém mais louco que você.

Lei de Vique
Um homem sem religião é como um peixe sem bicicleta.

(retirado das Leis de Murphy)

MURPHY SABE
A partir de agora, sempre que um post meu for sensurado eu vou postar algo inútil. A exemplo do post acima.

CONSIDERAÇÕES

2002-12-10

Música do dia (versão, óbvio):

NEVER GONNA GIVE YOU UP
Cake

Whatever, whatever
Girl I'll do,
Forever and forever, ya ya ya ya
I'll see you through
Because I've got to keep you pleased, in every way I can
I’m gonna give you all of whom, as much as you can stand
I'll make love to you right now, that’s all I want to do
I know you need it girl, and you know I need it too

'Cause, I've found what the world is searching for
Here, right here, my dear, I don't have to look no more
And all my days, I've hoped and I've prayed
For someone just like you to make me feel the way you do
I’m never ever gonna give you up
No I’m never ever gonna stop
Stop the way I feel about you
Girl I just can't live without you
I’m never ever gonna quit
'Cause quittin just ain't my shit
Gonna stay right here with you
Gonna do all the things you want me to do now

Whatever you want, girl you got it
And whatever you need,
I don't want, to see you without it
That’s right...
Because, you've given me much more then words can ever say
And oh my dear I'll be right here until my dying day
I don't know just how to say all the things I feel...
I just know that I love you so and it gives me such a thrill

'Cause, I've found what the world is searching for
Here, right here, my dear, I don't have to look no more
And all my days, I've hoped and I've prayed
For someone just like you to make me feel the way you do
I’m never ever gonna give you up
No I’m never ever gonna stop
Stop the way I feel about you
Girl I just can't live without you
I’m never ever gonna quit
'Cause quittin just ain't my shit
Gonna stay right here with you
Gonna do all the things you want me to now

I’m never ever gonna give you up
No I’m never ever gonna stop
Stop the way I feel about you
Girl I just can't live without you
I’m never ever gonna quit
'Cause quittin just ain't my shit
Gonna stay right here with you
Gonna do all the things you want me to now
.

O Inagaki faz uma explanação muito interessante nesse texto. Fala sobre a compreensão de textos (e da arte) entre os brasileiros. E eu vou cruzar isso com o texto do Daniel sobre argumentações e discussões. Acho que essas duas coisas se entrelaçam naturalmente.

As pessoas lêem. Muita gente que eu conheço faz isso. Pegam livros de muitos autores, consagrados ou não, e devoram. As vezes vinte ou trinta em meio ano. Essas pessoas geralmente se conhecem, e falam a respeito do que leram. Mas não falam sobre o que leram. Contam meio por cima a história do livro, sem discutir a sua mensagem. Sem dar o seu ponto de vista sobre a obra e, inclusive, sem questionar se o autor tem ou não razão em argumentar daquele modo. Assim, lêem, mas não digerem.

Se os autores - os bons autores - soubessem disso, possivelmente se frustrariam. O fato de não discutir Kafka torna seus livros apenas mera literatura passatempo. Se não se pensar em que contexto eles foram escritos, quem ele era, de onde ele veio, perdemos a melhor parte - ou até mesmo, a parte que vale a pena da obra. É como ler Dante, no Inferno da Divina Comédia, sem saber quem são as figuras que ele encontra lá. E tem muita gente que lê se coloca num pedestal: "eu li Dante!". Tá, e daí? O que ele quis dizer?

A partir desse ponto as coisas poderiam ser melhores. Assim a literatura mostra que é arte. A visão de vários aspectos cria mitos como o Edgar Allan Poe, por exemplo. Um autor discutido encontra muitos significados. É como letras de bandas para alguém que funda um fã clube: sempre tem alguma coisa nas entrelinhas.

Só que as pessoas fogem do diálogo. Ou pior: não sabem dialogar. Talvez seja isso que tenha trazido um sentido tão depreciativo para a palavra discussão - que deixou de ser uma exposição de idéias para se tornar sinônimo de briga. As pessoas se agarram nas suas convicções de uma forma tão medrosa que se esquecem que existe um mundo lá fora e qeu seus encéfalos são limitados (se não são, então por que não resolvem todas as questões filosóficas?). Encaram a discussão como uma disputa, onde quem deixar o outro sem argumento primeiro vence. E aí volta a fazer sentido o texto do Pedro sobre palavrões, anteriormente citado: começa a vir a tona a reputação do indivíduo e não as suas idéias.

Em resumo: não entendemos os outros porque estamos fechados dentro das nossas verdades.

COMPREENSÃO DE TEXTOS
.

O Pedro, ha alguns dias atrás, publicou um post sobre palavrões. Falando de como é importante o uso continuado dessas expressões do arco da velha - principalmente no que diz respeito a simplificação da síntese do que é o pensamento humano. Lê que tu vai entender o que eu quero dizer.

Pensei um bocado a respeito. E me dei conta de que ele tem razão em um ponto. No que diz respeito a traduzir o que as pessoas querem dizer, por argumentos que ele mesmo deu. Só que a teoria dele só faz sentido por causa do preconceito humano. Se a prostituição não fosse tabú, filho da puta não era ofensa. Homossexualismo, se fosse socialmente aceito, não tornaria a palavra bicha tão poderosa - e no mesmo barco morreriam o "vai te foder", o "isso é foda" em variante negativa, e outros. Com a ausência do possessivismo nos relacionamentos amorosos - ou apenas da disconfiança - o corno manso seria apenas sinônimo de boi bonzinho.

O que sustenta e dá poder ao xingamento é a mente de quem é alvo do mesmo.

PRECONCEITOS

Festa. Garoto e garota.
- Oi.
- Oi.
- Já teve alguma vez que não conseguiu encontrar o que dizer só porque tinha medo de perder?
- De perder o que?
- Perder uma oportunidade.
- Já.
- ...
- ?
- Bom, era para ser uma cantada.
- Ah, é? Nem notei.

CONVERSAS
O nome do crítico do artigo anterior foi escondido para preservar o emprego do indivíduo.

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO LEITOR
.

Existe uma faceta do universo feminino em geral que eu nunca vou conseguir entender: a mente fértil demais. Elas tem uma capacidade enorme de inventar universos paralelos incríveis. Principalmente no campo afetivo. Transformam um nada em um amor platônico de primeira categoria, com prefácio, índices remissivos e inclusive anexos (ticket de shows, papeizinhos de bares, e assim por diante). Vide Martha Medeiros, o ícone da mulher carente, eternamente insatisfeita e em seu modelito bela adormecida, do momento. É ilógico e muito estranho ver mulheres chorando por que um cara que conheceram quando conversaram por uma noite chorando por que o cara não quer nada. Impulsividade no último grau. Ou se remoendo por tentar encontrar um amor - ou melhor, "O" amor - como se isso fosse um artigo em liquidação esgotado de um shoping.

Não sou um Nietzsche, que disse "Se vais ter com uma mulher, não esqueças o chicote". Não acho que elas sejam diferentes dos homens. Pelo menos não até chegar nesse ponto.

São as mulheres práticas aquelas que tem os namorados que as "medeirenses" tanto procuram. Isso por um simples motivo: são boas demais para serem simples apêndices masculinos. Quando será que elas vão aprender?

PENSAMENTOS E SOFRIMENTOS
Dói, é? Peraí, então: deixa eu apertar o garrote.

2002-12-05

Lisonja.

Recebi por e-mail:

"SEJAMOS FELIZES: JANJÃO VOLTOU

Por Xenogóris Scapadércius
sucursal Porto Alegre

Não podemos ser felizes o tempo todo, nos ensinava Freud. A felicidade é um estado passageiro, fugaz, e se assim não fosse, não conheceríamos nem suas altitudes elevadas nem as profundezas da depressão. Consolemo-nos então da longa espera que temos de suportar entre estes raros momentos de sublimidade e gozemos, usufruamos intensamente, destes oásis em meio ao deserto do dia-a-dia. Acaba de apontar no horizonte do universo blog um desses pequenos paraísos: depois de entediantes dias sem quaisquer novidades, o nhanhamnemonica e, principalmente, o janjamnemonica, arenas públicas do talento literário e da peculiar ironia bem humorada do Janjão Mnemônico, voltaram com força total.

Não que o silêncio do autor durante vários dias seja uma surpresa. Na verdade, a personalidade ciclotípica e tendencialmente depressiva do jovem autor neo-romântico tornam seu ritmo de publicações extremamente descontinuado, marcado pela ruptura. Ao menos que o Janjão passe a recorrer ao auxílio de livro de auto-ajuda - o que seria uma tragédia tanto para ele quanto para seus leitores -, será sempre assim. Mas se seus escritos continuarem desta qualidade, será fácil suportar os períodos de vacas magras.

Um bom início para as leituras é SER, um texto de desconstrutivismo psicológico, em que o Janjão destrói com o mito da individualidade do Eu. Em Brados Gritados, o autor retoma suas lembranças (que importa se são fictícias) para discutir, com sua mordaz ironia, a incompatibilidade do triunfalismo oficialista, e porque não dizer ocidental iluminista, diante da impossibilidade concreta de criar uma sociedade democrátca - tudo a partir de brincadeiras com o Hino Nacional! Um pouco mais antigo, mas também podendo ser incluído nesta coletânea, compondo a trilogia das impossibilidades do ser humano, seja sozinho, seja em sociedade, Guerras Pessoais retrata o tédio, a ausência de respostas para perguntas nunca eunciadas, enfim a total e inegável falta de significado na existência.

Menos pretensiosa e mais mordazes, as crônicas do nhanhamnemonica chutam o balde da mesmice dos blogs. Destaque para Momentos e Ciência do Poder do Remédio. Assim é o nhanha: curto, rápido, prazer sem maiores comprometimentos.
"

Recebi isso de um cara foda. Por isso postei. Ele escreveu de uma maneira tão eloqüente que eu até tive vontade de ler - e, realmente, tive que reler - os artigos que ele citou para poder saber do que ele tava falando. Egos inflados, mas faça-se justiça: o Luciano tá demorando. Ele, se já tivesse tirado o site dele da versão beta, tinha tudo para ser o melhor da web.

NEM TANTO, MESTRE, NEM TANTO!
Estou lendo Nietzsche. Denovo.

Desta vez vou até o final. Assim Falou Zaratustra - Um livro para alguém ou para ninguém. Um dos melhores do cara, sem dúvida. É muito interessante ter o ponto de vista dele, ainda mais envolto em tantas pérolas - ou pedradas - na sociedade.

No prefácio li que o Nietzsche é considerado o recriador do idioma alemão. E mesmo com o meu limitado vocabulário germânico, tenho que concordar. Estou lendo a versão em português, mas sempre imagino as combinações que ele fez para buscar a palavra certa. Milhares de trocadilhos, palavras que rimam quase que na frase toda, tudo muitíssimo bem armado. Tanto que, em versões traduzidas, perde o encanto literário, ficando apenas a veracidade dos argumentos.

Blá, blá, blá. O que tem isso a ver? É que lembrei de uma coisa. Num dos primeiros teiques de "Encontrando Forrester", o personagem principal do filme é visto em seu humilde quarto - dormindo se não me engano - acompanhado das obras de muitos mestres da literatura. Entre eles: Shakespeare, Joyce, Kafka e... Nietzsche. Será que o guri era algum tipo de filósofo? Ou sabia ler em alemão? Se as duas alternativas são falsas, não vejo o motivo dele estar ali. O inglês não é uma língua tão precisa quanto o alemão; sendo assim, seria muito difícil que a parte estilística da coisa tivesse algum impacto no escritor amador. Acho que isso é apenas mais uma cagada hollywoodiana.

IDIOMAS ASSÍNCRONOS

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As diferenças entre um estudante de humanas e um de exatas são gritantes. E isso já começa no idioma que falam. Os humanistas, por exemplo, explicam as coisas minuciosamente em artigos de mil e quinhentas palavras, em rodeios que aparentemente não chegam a conclusões sobre uma assunto, mas sim um novo ponto de vista (deixando o leitor geralmente com mais dúvidas do que no início). Os exatistas apresentam um mone de números em contas de mais e menos, integralizam a derivada e tiram o logarítimo natural para assinar triunfantemente no final CQD (como queríamos demonstrar, ou, traduzindo: eu sou demais).

Mas, os lados contribuem muito com eles mesmos. Como por exemplo, o "n". Já que o "x" é muito manjado na matemática, para não complicar, eles colocam como sendo "algo de n não sei o quê" como símbolo de múltiplas possibilidades. Detesto esse termo, mas hoje até um gari fala que tem n tipos de coisas que ele pode encontrar na rua. Ou os denominadores comuns, tão buscados pelos amantes do equilíbrio. Em suma, existe uma grande migração de linguajar exato para o humano.

E já que estamos (aí me incluo (eu como ponto de vista humano, não exato)) importando tantos recursos, por que não importamos também os parênteses sequenciais? Na matemática pode-se (mesmo sem o uso de chaves ou colchetes (outros símbolos ("[ , ]"e "{ , }") usados para dar a ordem das operações) para a mesma finalidade) colocar quantos parênteses quiser numa expressão sem que ela perca a sua validade. Por que não fazemos isso no português? Acho que seria algo bem mais útil.

PARÊNTESES
Eu acho que já escrevi isso:

Personalidade. O fato que faz as pessoas não se acertarem umas com as outras. Seja isso em casa, no relacionamento amoroso, ou nas relações internacionais. A personalidade dominante de Sadam Husein é completamente igual a do George Bush, o que faz que eles briguem - tá, acredito em papai noel também., e daí? A questão é que a falta de similaridade de pensamentos gera os conflitos mais detestados, incluindo aí a questão pais x filhos.

E é difícil precisar como uma pessoa vai externar a sua personalidade - ação que chamaremos de reação. Para adivinhar isso, a humanidade vem tentando de várias formas a muitos anos descobrir, por sinais, algum indício de que a pessoa vai explodir. Do mesmo modo que a fumaça dedura o fogo. Assim, apareceram os doutores em PNL (pogramação neuro-lingüística) que falam que podemos enquadrar uma pessoa num padrão dependendo, por exemplo, da velocidade da fala, ou de onde podemos notar a sua respiração. Ou os leitores de letras, que usam dados como os pingos dos "i" para ler esses traços.

Nesse ponto é que a coisa complica (pelo menos para mim): não gosto de por pingos em "i" - literalmente falando. Quando escrevo manualmente, acho perda de tempo voltar a minha mão para colocar um pontinho encima de uma palavra que já está bem deitada no corpo da folha. Isso faz de mim um cara sem personalidade? Quem coloca pontinho antes do i é uma pessoa precavida, em cima, ordeira, após, arrojada: e eu, esquecido? Despersonal?

A ILÓGICA ROTULISTA

Música do dia:

ME AND BOBY MCGEE
Janis Joplin

Busted flat in Baton Rouge, waiting for a train
And I’s feeling nearly as faded as my jeans.
Bobby thumbed a diesel down just before it rained,
It rode us all the way to New Orleans.

I pulled my harpoon out of my dirty red bandanna,
I was playing soft while Bobby sang the blues.
Windshield wipers slapping time, I was holding Bobby’s hand in mine,
We sang every song that driver knew.

Freedom is just another word for nothing left to lose,
Nothing don’t mean nothing honey if it ain’t free, now now.
And feeling good was easy, Lord, when he sang the blues,
You know feeling good was good enough for me,
Good enough for me and my Bobby McGee.

From the Kentucky coal mines to the California sun,
Hey, Bobby shared the secrets of my soul.
Through all kinds of weather, through everything that we done,
Hey Bobby baby kept me from the cold.

One day up near Salinas, Lord, I let him slip away,
He’s looking for that home and I hope he finds it,
But I’d trade all of my tomorrows for one single yesterday
To be holding Bobby’s body next to mine.

Freedom is just another word for nothing left to lose,
Nothing, that’s all that Bobby left me, yeah,
But feeling good was easy, Lord, when he sang the blues,
Hey, feeling good was good enough for me, hmm hmm,
Good enough for me and my Bobby McGee.

La la la, la la la la, la la la, la la la la
La la la la la Bobby McGee.
La la la la la, la la la la la
La la la la la, Bobby McGee, la.

La La la, la la la la la la,
La La la la la la la la la, hey now Bobby now Bobby McGee yeah.
Na na na na na na na na, na na na na na na na na na na na
Hey now Bobby now, Bobby McGee, yeah.

Lord, I’m calling my lover, calling my man,
I said I’m calling my lover just the best I can,
C’mon, where is Bobby now, where is Bobby McGee, yeah,
Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lord
Hey, hey, hey, Bobby McGee, Lord!

Yeah! Whew!

Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lordy Lord
Hey, hey, hey, Bobby McGee.
Déjavú é foda.

Principalmente quando não se sabe como isso se escreve.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS