2006-05-29

O que é que a gente fez para ter a vida medida em PIB?

PERGUNTAS
Fúria após derrota da seleção

Havemann conta que Hitler raramente ia aos estádios e, depois que os alemães perderam por 2 a 0 para os noruegueses, nas Olimpíadas de 1936, ele ficou tão furioso que nunca mais se interessou por futebol. Para os nazistas, desde o princípio, o futebol era antes de tudo um instrumento de propaganda do regime.

O estudo de Havemann desmonta a tese, até então defendida pela DFB, de que o futebol, no que diz respeito ao nazismo, teria sido apolítico. Segundo o pesquisador, é importante salientar, entretanto, que a posição da DFB não foi melhor nem pior que a de outras empresas ou corporações dentro do país.


Este é um pedaço da apresentação do livro lançado pela DFB (Deutschland Fussball Bundesliga, ou Liga Federal de Futebol Alemão, redundantemente), o Fussbal Unterm Hakenkreuz, ou Futebol sob a suástica, conforme tradução da Deutsche Welle. Faltam pesquisas deste tipo para o Brasil. Falta a qualidade jornalística da DW para emissoras brasileiras. É impossível que as pessoas ainda pensem que o futebol não é importante para pensar a cultura nacional. Se fosse assim, a moda não estamparia em verde e amarelo a quantidade exorbitante de números e escudos de times fictícios. É impossível que se dê tão pouca importância política para a CBF. Acho que deveríamos nos pensar melhor.

FUTEBOL E CULTURA
Ás vezes as pessoas são decepcionantes. E não é meu critério de seleção parco que me traz à presença destes tipos. Creio que, na verdade, são estes os mais disponíveis no dia a dia. Hoje eu odeio dois tipos de pessoas: àquelas que tem um discurso e outra prática e aquelas que se acham superiores às outras.

As do primeiro caso: se aproveitam de uma situação política para tirarem vantagens comerciais.

As do segundo caso: se uma pessoa não participa do seu grupo, ela não é nada. Na verdade, nem cérebro deve ter. Ela é só mais um ser inferior do universo.

ÓDIOS
Escrito às 10:51

2006-05-26

Tratados como humanos pela primeira vez

O agente penitenciário Peter Piontek disse que brigas e desavenças entre os presos são ocorrências regulares. Como punição, eles são constantemente mantidos por uma semana em suas celas.
Muitos deles aprendem a comer com garfo e faca pela primeira vez em suas vidas na prisão, e para outros é também a primeira vez que aprendem a seguir regras e a ter uma rotina fixa. "Para muitos é realmente o primeiro lugar onde são vistos como humanos e não apenas como vagabundos nas ruas", afirma Piontek."


Trecho de uma reportagem da Deutsche Welle sobre as prisões alemãs. É doentio imaginar que comer com talheres, seguir regras e ter rotina possam ser indícios de humanidade. Isso é, na melhor das hipóteses, indícios da docilidade do ser, de se colocar uma pessoa a disposição do exército industrial que prega que o importante é ter um emprego. Eu, sinceramente, gostaria de ter a liberdade de não precisar disto.

SEM TÍTULO
Escrito às 9:34

2006-05-23

"Zoológico da Holanda tem cegonhas homossexuais"
terça-feira, 23 de maio de 2006 - 11:02

Zoológico da Holanda tem cegonhas homossexuais da Ansa, em Bruxelas

Funcionários do zoológico de Overloon --leste da Holanda-- divulgaram o descobrimento de três casais de cegonhas homossexuais que chocam ovos e cuidam de filhotes.

Segundo estas fontes, o fato foi constatado "com surpresa". A colônia é composta, ao todo, por 12 cegonhas.

Esther Janen, porta-voz do zoológico, disse que "um casal de machos ou um casal de fêmeas cuida dos filhotes com a mesma atenção que outros casais heterossexuais". Um casal homossexual estaria inclusive chocando os ovos."


Deu. Caiu o último ícone do sexo apenas para procriação. Justo a cegonha?

QUEM DIRIA...
(...)Os humanos virtuais não têm nomes e possuem características distintas, incluindo gênero, expectativa de vida, tamanho e metabolismo. Estas características são passadas adiante quando se reproduzem, mas tais seres também serão capazes de aprender e ganhar novas características.(...)

Tratam-se dos "software beings". Uma série de seres criados via software que se relacionam, comem, fazem sexo e tudo mais. Segundo os estudiosos que estão desenvolvendo, serão muito úteis no futuro, pois relacionam as inteligências artificiais entre si. Seriam utilizados como fonte de pesquisa para "sociólogos, antropólogos e políticos" (conforme o terra).

Acho que se a idéia colar, provavelmente, vamos ter algumas soluções mais estranhas do que as que temos. Imagina um político simulando no computador a aprovação de alguma medida que ele sugeriu. Os antropólogos medindo os impactos da aculturação de alguma tribo africana pelo modelo judaico-cristão, ou muçulmano, por exemplo. Se balisarmos "cientificamente" decisões nestes index humanos creio que, neste momento, estará sendo criada uma outra realidade, alternativa e completamente diferente da "real" - os "software beings" não serão "human beings" e não responderão como os últimos. Acho que estaremos perdidos.

BEING OU NOT BEING?
Escrito as 11:48

2006-05-22

Eu não gosto de donos de empresas de ônibus. O senhor José Alberto Guerreiro é o "dono" da STS - consórcio de empresas que suprem a necessidade dos habitantes da Zona Sul de Porto Alegre. No período de 1998/1999 ele foi presidente do Grêmio. A época que o Ronaldinho estava despontando como mina de ouro no Olímpico. Naquele período rolou uma parceria com a ISL (empresa Suíça de marketing esportivo) que levou aos cofres tricolores recursos para montar um "bom" time - o que não foi feito em medida de contratações equivocadas e de salários milionários. Ele pôs uma faixa na frente do estádio dizendo "Não vendemos Craques".

O resultado foi uma separação litigiosa entre o clube e o seu maior craque. Ele foi embora do Olímpico sem o clube ganhar um tostão, de graça para os franceses que ganharam uma bolada do Barcelona na revenda. A ISL foi a maior piada: faliu, deixou o clube com uma dívida que hoje passa dos cem milhões e ainda cobra do Grêmio um dinheiro que teria sido desviado na contratação de alguns jogadores. Pago em cheque. Os cheques teriam sido descobertos e endossados pelo então presidente do clube (Guerreiro).

As coisas estão em panos quentes. O Ministério Público está averiguando. E a STS tem ônibus novinhos. E as empresas (Digicom, de Gravataí, RS) ainda quer inventar coisas para ela ganhar mais dinheiro, enquanto ninguém inventa nada para que pobres não morram de fome.

DESGOSTOS E MÁGOAS
Escrito às 11:50
Jornal Zero Hora, caderno Globaltech de hoje:

"A Globaltech 2006 poderá marcar o início do fim do vale-transporte - pelo menos na forma da popular fichinha hoje utilizada nos ônibus e que serve também como moeda para boa parte da população.(...)

O cartão permitirá praticamente personalizar a passagem. Ele poderá ser configurado, por exemplo, para que um estudante só utilize o desconto de passagem escolar nas linhas que conduzem ao colégio ou universidade em que ele estuda. Nas demais linhas da cidade, ele pagará o valor integral da tarifa.(...)

Acessando a um serviço disponível do telefone celular, o usuário poderá localizar o trecho do itinerário em que seu ônibus se encontra naquele momento. Assim, ele saberá se o veículo acabou de passar pela sua parada ou se ainda vai demorar alguns minutos.


Gostaria de salientar três pontos:

1- O comércio de vales transporte, como a própria reportagem afirma, já é uma economia paralela. As "fichinhas" são moedas correntes no centro das grandes cidades. Esta mudança tira do trabalhador um recurso indispensável na maioria dos casos (naqueles onde o custo da viagem excede os 6% do próprio salário). Isto por um simples motivo: as empresas pagam, geralmente, 50 vales para serem usados 44 ao mês. Estes seis a mais geralmente são os negociados informalmente, depois de alguns meses (12, quando conseguem que um saquinho de 50 não seja aberto). Alguns empregadores estão contando os dias úteis do mês e abrindo os pacotes (já lacrados tradicionalmente com 50 unidades) e reempacotando para que não ocorra a sobra. Isto é reduzir o salário de um trabalhador indiretamente. Ao colocar a dita passagem eletrônica o trabalhador ainda perde outro recurso - a carona - para guardar sua passagem. Além disso, muitos outros utilizam meios alternativos - como a bicicleta - guardando seu vale para outras finalidades. Quem lucra aqui é o empregador e a empresa de ônibus (isso se lembrarmos que o "vendedor" de vale sempre cobra menos do que o valor integral da passagem).

2- O estudante não tem direito a andar de ônibus pela metade do preço só para ir para a sua escola. Ele é estudante - uma espécie de atestado de carência pois, em um país decente, o aluno não trabalha, não tem recursos. Com o procedimento descrito na reportagem estão proibidos de serem pobres. Mais uma vez, quem dá vivas é o dono da empresa de ônibus.

3- Deveria existir um projeto de lei que evitasse estes "benefícios" tecnológicos, insituindo um cálculo de impacto social. Se pararmos para pensar, todos (90%, para mim, já é totalidade) os "avanços" tecnológicos que temos são feitos por empresas para aumentar o seu próprio lucro. E como nada se cria, tudo se transforma, alguém tem que perder para eles ganharem - e esse alguém somos nós.

4- (ah, eu tinha dito três... azar) As empresas de jornalismos deveriam mesmo ser auditadas por órgãos governamentais que impedissem de dar as notícias da forma como a exposta acima. Se você não tiver nenhum censo crítico (ou for desatento) não vai se dar conta de que o que eu escrevi não é insignificante e precisaria ser abordado.

SACANAGEM (E NÃO É PORNOGRAFIA)
Escrito às 10:00

2006-05-21

Eu comprei um Pocket PC. Já falei aqui que eu precisava de um destes para poder não perder as coisas que eu poderia escrever na Privada. Pois é. Não adiantou nada.

Acho que este ambiente de "create" um post é muita pressão. O processo criativo não deveria passar pela ponta dos meus dedos. Devia sair pelos poros, aos pouquinhos. Quando será que a teconologia vai conseguir captar estes fluidos?

TECNOLOGIA

2006-05-20

Faz tempo que não tem a música do dia...

DE TODAS AS MANEIRAS
Chico Buarque

De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas pra humilhar
Nos afagamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

MÚSICA DO DIA

2006-05-16

Só mais uma coisa:
Que merda.

ESPALHANDO O VIRUS...
Eu gosto de farelo de bolhacha. Estes que ficam no fundo do pote destinado a elas. Geralmente espero umas duas gerações de bolachas para poder consumi-los. Prefiro ainda quando se misturam as Agua e Sal com as doces. Mas como sem auxílio de colher: inclino o frasco e deixo a gravidade agir. Quase sempre me sujo, sou desastrado pacas. Mas ainda assim, tem seu valor.

ESTRANHEZAS 1

2006-05-14

Não sou muito afeito as modas. Mas sempre acabo entrando nelas. De um jeito ou de outro. Detestava aquelas bolsas de carteiro, com alça atirada sobre o ombro. Preferia a boa e velha mochila. Hoje (ou melhor, já faz uns cinco anos) que não sei o que é andar com uma dessas. Me rendi. Outra foi o weblog. Se bem que sou velho nessa, e fugi quando a moda estava explodindo. De qualquer forma, voltei.

Mas teve uma em que não entrei. Nesta de ter banda. Gravar CD. Tentar ser um sucesso. Conheço uma galera que ainda está nessa. Mas, no meu caso, foi um quase. Em 1995, eu e mais três amigos que não vejo há muito, decidimos montar uma banda. Nenhum de nós sabia tocar porcaria nenhuma. Eu seria o vocalista, letrista e guitarrista base (que modéstia); o Luiz o solo; o Rafael o baixo e o Cássio a bateria. Não me perguntem como eles estão, isso já faz mais de dez anos. Mas não vingou. Eu só fui "aprender" a tocar violão cinco anos depois. O legal é que tínhamos, pelo menos, um belo nome: Periferia Capitalista.

MEMÓRIAS

2006-05-13

Bou, eu gosto de futebol. E sou torcedor do Grêmio. E vi o jogo contra o Botafogo. Mas parece que só eu vi. Do site do terra:

"Mas o jogo que parecia fácil para o Botafogo se complicou aos 42min da etapa inicial, quando o volante Thiago Xavier, que já tinha cartão amarelo, foi expulso ao dar um soco no estômago do lateral Wellington."

Na verdade, o referido jogador foi expulso depois de falta em Ricardinho. Tecnicamente, eu chamaria aquilo de "bundada".

Do clicrbs (da RBS, filial da Globo daqui):

"Para começar, o goleiro Galatto estava muito nervoso e errou pelo menos duas saídas de bola. Em uma delas saiu o segundo gol botafoguense ? a zaga bateu cabeça nos dois gols do time carioca.(...) Hugo e Ricardinho eram os únicos que tramavam alguma coisa criativa."

O arqueiro tricolor realmente estava nervoso. Mas culpar o goleiro por um pênalti feito pelo Pereira é demais. Quanto ao Hugo, sei não, mas acho que a RBS tem parte no passe dele. Não jogou nada. Denovo.

FUTEBOLÍSTICAS
Outra corrente afirma que, na verdade, foi o final da lei seca que aumentou a depressão. Os argumentos se baseiam na afirmação contida no livro imperialismo sedutor, onde diz que, depois de "desproibido", beber perdeu a graça.

DEBATE HISTÓRICO

2006-05-09

Existem colegas meus de história que defendem que a depressão de 1929 teria sido muito melhor resolvida com o advento do Lexotan. Segundo a Roche, o princípio ativo deste medicamento advém do pós guerra (em 1950, o benzodiazepínico). Já o lítio foi utilizado no tratamento contra depressão pela primeira vez em 1949, por um australiano (John Cade). O Prozac, segundo a Lilly, é bem mais recente (década de 80).

Eu volto a defender que o problema se deu pelo advento da Lei Seca (1920-1933), já que não tem dor de cotovelo que não passe com um bom porre.

INTERPRETAÇÕES HISTÓRICAS
Viver é assim mesmo. É como tentar montar um quebra cabeças que não tem cantinhos.

DEFINIÇÕES

2006-05-07

Não adianta tentar por a culpa no PT. A culpa não é só dele. A culpa
também é tua, que pensa atrelado nas rédeas que eles te deram. A
culpa é tua porque votou nele. A culpa é tua porque vê televisão, lê
revistas, dá bola para o que a "ideologia" quer que tu dê bola. Porque todo
o mundo, para pensar a mudança, pensa em mudar um passo, uma
trajetória, mas não pensa se é realmente necessário andar.

POLITIZANDO
É inegável que existem problemas insolúveis. E cada um pode ajudar de alguma maneira a tentar resolver esses problemas: os advogados, tentando rever as leis que regem as contribuições e destinações do dinheiro público, sugerindo novas soluções ao legislativo, ou os economistas, tentando novas formas de geração de emprego e renda, os engenheiros com novas tecnologias, etc. E, dentro desta gama, vejo apenas uma maneira da história ajudar: não é dando exemplos anacrônicos, pesquisando soluções passadas para problemas como esses, ou buscando suas origens, a situação inicial, a "era do ouro" dos humanos; a única forma que podemos fazer isso, no ponto de vista que defendo, é mostrando que se pode pensar livre das amarras do sistema vigente, buscando outras correntes de pensamento marginalizadas e derrotadas pela visão capitalista dominante hoje, e se dedicando ao estudo delas, para que tenhamos um grau de sofisticação ao menos próximo do que tem a ideologia do "campeão" de hoje. E, novamente, digo: o discurso socialista vigente é a mesma coisa que sempre se propôs, só que em uma roupagem do século XXI. Isso também é uma forma de propor uma mudança não mudando. A mudança de base é uma coisa abstrata: para mim começa na base do pensamento, no campo da possibilidade dos pensamentos. E, se pensarmos bem, o discurso da ética e do compromisso tem uns dois mil anos, pelo menos.

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Concordo que os pronomes possessivos sejam um problema monstruoso na sociedade de hoje. Pensar não só nas coisas que se pode ter, mas nas pessoas (ter uma namorada, um cachorro, um carro), como se isso fosse tanto importante quanto possível. Já disse isso várias vezes: este é um câncer. Só que vejo apenas uma maneira de corrigir isso: dando novas possibilidades de pensar às pessoas. Se não fizermos isso como historiadores, não temos "serventia" alguma (não que eu ache que isso é muito importante).

A FUNÇÃO DO HISTORIADOR (EXCERTOS DE UM E-MAIL DO PASSADO)

2006-05-04

Minha previsibilidade me assusta. Quase sempre.

CONSTATAÇÃO (MAIS UMA)
Quando eu leio Sartre, entendo que agente é obrigado a escolher. Nossa vida é isso. Todos os dias temos que escolher. E esta situação gera uma angústia. Que é horrível, em alguns casos. E que só vai cessar quando fizermos a última escolha: morrer a cumprir tal sina. Ninguém escapa. Mesmo quando deixamos de escolher estamos escolhendo.
____

Também acho que o importante não são as químicas de que o nosso cérebro precisa. Não somos lógicos. Do mesmo jeito que alguém que a falta de lítio faz alguém matar seu chefe, outro pinta. Não é a química o importante, mas como reagimos a falta dela. E isso não é passível de generalização.

DUAS COISAS

2006-05-03

Eu não gosto de filmes automotivos. Destes que se bota nos vidros dos carros. O famoso "vidro fumê". Ele deixa os engarrafamentos muito sem graça. Um monte de carros anônimos que se emparelham. Não tem mais nenhum glamour de olhar uma beldade pelo espelho retrovisor e ver que ela também te olha. Não existe mais censura contra tirar meleca do nariz enquanto espera um sinal abrir. Em nome da privacidade, extinguiu-se a única diversão de um engarrafamento. Agora tudo é chato.

E ainda tenho amigos que insistem em abanar de dentro de um "filme 50". Se eu não decorar o carro do fulano, já era.

SAUDOSISMO

2006-05-01

Bom, pelo menos alguém tem colhões:

Parabéns Evo Morales!

INTERROMPEMOS ESTE LUTO PARA...
Bom, hoje é primeiro de maio. Dia internacional do trabalhador.

Parabéns, em primeiro lugar, aquele que tem trabalho. Isso não é muito comum hoje. Parabéns também para quem consegue dormir tranquilo, mesmo sabendo que vende mais de um terço da sua vida para alguém que ganha cem vezes o que ele percebe. Parabéns aqueles que ajudaram o Brasil a bater o récorde de exportações mais uma vez. Sintam-se orgulhosos de dentro dos seus casebres. Parabéns para aqueles que conseguiram fazer o sr. Johanpeter comprar mais uma metalúrgica fora do país. E tornaram este o sobrenome mais bonito do Rio Grande do Sul (pelo menos). Parabéns aqueles que lutam pela manutenção da empresa onde sempre trabalharam e que, por causa dos que não trabalham, estão correndo o risco de perder e pedem socorro ao governo. Que a estrela que ajudaram a por no céu se estatele sem a ajuda do Brasil.

O trabalho, mais do que ser um ícone das injustiças, é a maior prova de que não temos opções. Minha comemoração a esta data é inversamente proporcional ao luto pela liberdade que morreu.

1° DE MAIO