2006-08-31

E, no meio de toda essa polêmica sobre o rebaixamento de Plutão (não te mixa, o Grêmio também caiu, foi campeão e hoje é terceiro), creio que fica uma pergunta (muito bem lembrada por um colega meu):
- E como é que fica a astrologia nessa?

REVISÕES

2006-08-24

De qualquer forma, creio que, por mais elitista que pareça, o discurso dos proto-historiadores (a saber, aqueles que ainda não atingiram a graduação em história) é muito mais inclusivo socialmente do que se pensa. Mesmo com o monte de fatos que não se aprende na escola e tendo que começar uma frase, quase sempre, com o velho jargão técnico "não é bem assim...". Já tentaram conversar com uma proto-geóloga, com uma proto-médica ou proto-odontologista?

DISCURSOS E INCLUSÃO SOCIAL
Enquanto os físicos se preocupam com provar que ocorreram vários inícios do universo ao mesmo sempo ou se existe mesmo aquela matéria negra (ou seria afrodescendente*?), eu trato de situações mais cotidianas. Nem por isso menos importantes. Não nego que estas duas primeiras quebram com dois paradigmas poderosos: a origem única do universo (talvez o único herdeiro do pensamento católico/cristão na física moderna - no sentido de criação divina, Adão e Eva, etc.) e que o universo é um monte de vácuo por onde orbitam massas planetárias. A minha experiência também termina com um mito muito importante, não físico e distante como os anteriores, mas social e próximo de nós. Trata-se do mito de que, para não se queimar, deve-se comer pelas beiradas. Após o advento do microondas, este mito pode ser considerado coisa do passado: ao aquecer um prato, as bordas ficam muito quentes, exigindo do "almoçante" (ou "jantante") que mude de estratégia e comece do centro, mais frio.

MITOS, TECNOLOGIA E PARADIGMAS
*Por favor não se ofendam com esse racismo, mas eu não deixo uma piada passar tão facilmente impune.

2006-08-14

Sei que falar mal do grupo RBS é, no mínimo, chover no molhado. Mas olha o absurdo da notícia que colocaram no sítio do clicrbs. Existe uma incompetência absurda (e intencional) dos meios de comunicação que tende a "confundir" um "antipetismo" (antigamente era o anti-comunismo) com um posicionamento de direita. Conheço pouquíssimas pessoas que se digam de direita de verdade, com exata noção do que isso significa. O que acontece é que elas se identificam com idéias extremistas de caráter conservador por antagonismo com uma sociedade que não concordam - "defendem", por exemplo, a pena de morte por pensar que isso pode ser uma maneira de acabar com a violência sem se dar conta que, com este nosso sistema jurídico, não existe pena justa, por mais drástica que seja. Como não sabem que existem outras alternativas - a mídia diz que tu tem que ser uma coisa ou outra, não existem possibilidades novas e tu é uma pessoa classificável nos moldes pré-concebidos pois, afinal, "somos todos iguais" - então, para não serem identificados como PT, PSTU ou PSOL se "identificam" com a sua antítese, sem se dar conta das consequências deste ato.

2006-08-11

Entrevista com pessoas aleatórias sobre a sinceridade
- Eu sou sincero. Sempre fui. Não minto nunca, doa a quem doer. É questão de caráter, sabe? Poder dormir denoite com a cabeça vazia, bem deitada no travesseiro. Não, isso nunca me prejudicou. As pessoas adoram quem é sincero.
- Sim, sou. Mas nem sempre digo tudo. Se tem coisa que eu posso omitir, omito. Não, acho que não tem problema. Imagina se eu respondo sempre sim quando a minha mulher pergunta se está gorda? Ela nem precisa disso, tadinha. Mas também não chego a ser político. Não minto nunca.
- Não sei. Acho que sim. Não costumo inventar histórias, mas minto quando sei que vou acabar machucando alguém. Acho que não tenho esse direito, sabe? Não acho que mentindo vai ser pior, pois acho que não vão descobrir. Também não sou louco de dizer que falei com o ET de Varginha. Mas onde posso, sempre troco um nome ou dois, desde que tenha um motivo justo. Como é que vou me considerar um mentiroso?
- E quem não é? Eu não conheço alguém que minta de verdade. Não na hora da verdade. Se for numa roda de amigos, tudo bem. Conheço um cara que disse que o irmão dele desmanchou um 3 em 1 e fez dois walkmans. Mas isso é bobagem. Quando o assunto é real, quando vai existir um prejuízo, duvido que alguém consiga mesmo mentir. Não é humano, entende?
- Sim eu minto. E quem não mente? Não, não existe esse negócio de consciência. Acho que isso é o que as pessoas tentam usar para se justificar depois de terem mentido. Tenho um sono de pedra. Na verdade acho que nem coração eu tenho. Não preciso disso. Posso viver bem sozinho.
- Olha, sim... mas não conta pra ninguém. Minha vó não morreu semana passada, nem tive que tirar uma unha no sábado retrasado, dia do treinamento no trabalho. Eu tenho mulher e filho para sustentar, sou obrigado a mentir. Ninguém gosta da verdade, todo mundo gosta de ser enganado. Mas na minha casa, sou sempre sincero. Não, não conto quando saio com os amigos, mas o que tem de mais? Nunca fiz nada. Nada de muito grave.

CONTINUA...
É, eu vou ganhar um prêmio. Sempre consigo complicar mais ainda o que já está impossível. Só eu mesmo.

CONSTATAÇÕES (x10 na mil)

2006-08-04

Podem dizer o que quiserem: eu gosto de Legião Urbana. As letras são juvenis, não existe cuidado nenhum com rimas, as músicas são a coisa mais fácil do mundo de tocar. Esse discursinho de "sofro, sofro, morro, amo intensamente, sou corno, sou pirralho" é um saco, mas é tão completo, tão "passado", tão pedacinho da gente. São tantos os traumas das músicas (e as pequenas felicidades) que é praticamente impossível não se identificar com uma delas. É praticamente um horóscopo, uma previsão - de tão geral sempre atinge alguém. Mas não é isso o que eu gosto. Gosto delas por serem tão cheias. Não tem rimas, mas não precisa - a letra rima com a música. E isso é inigualável. E é isso que me fascina.

ASSUMIDO
A pior parte de viver no mundo em que a gente vive, com televisão, internet, jornais, pessoas e debates é que perdemos toda e qualquer referência do real. Um boato toma a proporção de verdade e acaba até mesmo se tornando ela, de tantas vezes que é repetida. Isso é um pouco herança da propaganda totalitária nazista, comunista e estadunidense (e anti-comunista).

Tudo é loucura: é o fim dos tempos, a teoria da conspiração, o governo que não tira os "brasileiros" do líbano, Israel dizendo que tem razão (ainda se escondendo e justificando de maneira vil atrás do holocausto), eu que não quero trabalhar mais, é o talento insubstituível, é o brasileiro se aposentar "cedo" o veneno para a Previdência Social, é a democracia que é podre, tsunamis, "impostos abusivos", cpi's (alguém sabe para que servem?), é sério, estou cansando. Muita gente "pensa superficialmente", até onde dá, onde não dói.

Vou me fechar na minha carapaça e viver como tartaruga.

DECISÕES
Minha rotina de desempregado se resume a ficar acordado até tarde, geralmente jogando Poker na internet. Dormir até as onze, comer alguma coisa e jogar Poker, ou estudar um pouco até a noite, quando jogo Poker até tarde. E ainda tem gente que diz que estou ficando viciado.

Para variar um pouco, vou aproveitar o pouco dinheiro que me resta e trocar dois pneus do meu Cuore amanhã.

BOBAGENS DIÁRIAS
Sitcoms geralmente me dão nos nervos. Friends até dá para rir às vezes, mas alguns personagens que ficaram pedantes à medida que as temporadas passaram. Para ajudar, existe uma enxurrada de séries com personagens negros e seus chavões de sempre: "isso é coisa de branquelo", gírias, rap e piadas de famílias que são exatamente iguais as que se faziam nos anos oitenta, só que com famílias brancas. E os de famílias brancas mostram ainda a mesma coisa dos anos oitenta: marido fracassado, esposa do lar, filhos chatos. E os diálogos rápidos, para tentar dar algum tipo de "enxurrada de risos" do espectador.

Pro meu gosto, no meio desse monte bobagens, creio que só existe um oasis: Seinfeld. É uma pena que acabou.

SITCOMS