2007-02-21

O governo federal está tentando ampliar a classificação por idades e conteúdo para os programas televisivos. Vão colocar mais idades (tipo, 12, 14, 16, ao invés dos livre-14-18 atuais). Isso já está gerando um rebuliço grande no meio das telecomunicações.

A Globo colocou no ar uma nova campanha sobre os limites etários na programação. A moral é: de que adiantam os limites se quem pode controlar o que as crianças assistem são seus pais. A MTV contra ataca com outra: quem coloca os programas no ar deve assumir a responsabilidade pelo que veicula. O sindicato dos veículos de comunicação querem barrar o projeto, acusando-o de censura.

Creio que colocar a culpa nos pais pelo que as crianças assitem é covardia. Se o pai proibir o filho de assistir programas nocivos, é só colocar a televisão no lixo. A TV aberta, propositalmente, tem se tornado uma porcaria sem limites. O motivo é simples: obrigar o espectador a se tornar assinante. Já são 32% dos brasileiros com maior poder de compra os principais clientes da TV paga.

A situação é complicada. Creio que o governo está certo, deve mesmo intervir. Se não existirem limites, fica difícil ver para onde as coisas andam. Se eles estiverem errados, poderão ser movidos. A discussão sobre o que é ou não apropriado para as pessoas deve tomar corpo agora, ou as emissoras arrebanharão mais poder do que já têm.

A propósito: quanto tempo até a próxima denúncia contra o governo Lula?

TELEVISÃO E ABSURDOS

2007-02-06

A maldade e a justiça andam muito próximas para as pessoas. Se não prestamos muita atenção, acaba passando despercebido mesmo para aqueles que, como eu, se consideram críticos e diferentes da maioria (sem modéstia alguma, ela nem mesmo cabe aqui). Como no caso da ação da polícia aqui no estado desde que mudou o governo. A governadora fez um corte de verbas de 50% e a mídia que a colocou no Palácio Piratini insiste em fazer côro que a segurança melhorou. Logo, o excesso de dinheiro devia atrapalhar as ações - o que é um salto qualitativo e revolucionário na história da administração pública.

Obviamente, não é aí que digo que misturamos onde reside a maldade (nesse caso eu tenho certeza que ela existe). Com a alardeada superpolícia e todos as prisões realizadas em um mês, já se começa a pensar no sistema prisional gaúcho. Nem mesmo vou me dignar a contra-argumentar a bobagem que o secretário da segurança disse ao afirmar que, aumentando o número de vagas em 20% nos presídios, o problema das vagas estaria superado. E é na recepção que o povo faz desta notícia que existe a confusão.

Muita gente acha certo prender todo o mundo. E os que matam tem que morrer. Isso é maldade? Eu não sei. Tem gente que acha justa a política do "olho por olho". É como a situação do cara que come carne de vaca porque "ela nasceu para nos alimentar" (e aí entra o papel ridículo das religiões antropocêntricas), mas acha o cúmulo comer carne de cachorro porque ele é o melhor amigo do homem. As manifestações sobre a segurança aqui no RS tem girado no sentido de que o governo está certo: bota o vagabundo na cadeia. Isso é maldade? A resposta é a mesma: eu não sei. Só sei que é de uma ignorância sem limites.

JUSTIÇA, MALDADE E A SEGURANÇA PÚBLICA