O aumento da força da esquerda na América Latina, com a eleição de Correa no Equador, me faz pensar muitas coisas. Uma delas é que existem, pelo menos, duas versões de esuqerda por aqui: a de Chavez, Correa e Morales, mais revolucionários, e, de outro lado, a de Bachelet e Lula.
Acho essa divisão muito natural. Por mais que a coisa não ande boa nem por aqui nem no sul dos Andes, ela é melhor que no norte, que já foi muito rico na época da chegada dos espanhóis. Além disso, os movimentos principalmente indígenas de lá, ao longo da história, tem contestado a hegemonia dos "invasores", seja com o Sendero Luminoso ou com as FARC, só para citar os mais conhecidos. É um território de povo muito sofrido, onde a classe média é escassa, tendo diferenças sociais maiores que o Brasil. Isso justifica a inexistência de partidos menos extremistas: ou os ricaços, ou os pobretões. De tempos em tempos os últimos vencem; mas como o mundo dá voltas, a moda agora não é mais a ditadura, e os xerifes do mundo estão de olho no Oriente Médio, o que dá uma certa "vaga de autonomia" para esses países.
De certa forma, creio que a vitória da esquerda mais emblemática dos últimos tempos foi justamente a de Lula, no Brasil. O chile teve um retorno ao governo que não ocorria desde 71, com a eleição de Salvador Allende. O mais perto que um presidente brasileiro chegou da esquerda foi o João Goulart, que era trabalhista (PTB) - sem contar a condecoração de Che Guevara promovida pelo Jânio Quadros, lógicamente. Mesmo que o PT tenha assumido uma linha mais liberal, ainda é o partido mais a esquerda - tem orientações socialistas, mesmo que pareça, às vezes, ter se esquecido delas.
Gostaria muito de ver uma união entre essas duas frentes para tentar melhorar a vida dos que tem pouco nesses países. E isso ia ser trabalho para muito tempo. De certa forma, pode-se criar um mercado interno com os produtos que temos aqui, além de procurar parcerias tecnológicas para buscar alternativas aos produtos importados com regionais - até por que a China possui condições parecidas com a nossa "zona tropical", o que pode significar intercâmbios interessantes. Mas isso significa independência, e a "luta contra as drogas" pode ser a próxima em cartaz na Casa Branca, assim que terminar a novela do terrorismo.
Na verdade a eleição dessas esquerdas me faz pensar tantas coisas que dá dor de cabeça. E uma tristeza incomensurável.
ESQUERDAS E A AMÉRICA LATINA
Acho essa divisão muito natural. Por mais que a coisa não ande boa nem por aqui nem no sul dos Andes, ela é melhor que no norte, que já foi muito rico na época da chegada dos espanhóis. Além disso, os movimentos principalmente indígenas de lá, ao longo da história, tem contestado a hegemonia dos "invasores", seja com o Sendero Luminoso ou com as FARC, só para citar os mais conhecidos. É um território de povo muito sofrido, onde a classe média é escassa, tendo diferenças sociais maiores que o Brasil. Isso justifica a inexistência de partidos menos extremistas: ou os ricaços, ou os pobretões. De tempos em tempos os últimos vencem; mas como o mundo dá voltas, a moda agora não é mais a ditadura, e os xerifes do mundo estão de olho no Oriente Médio, o que dá uma certa "vaga de autonomia" para esses países.
De certa forma, creio que a vitória da esquerda mais emblemática dos últimos tempos foi justamente a de Lula, no Brasil. O chile teve um retorno ao governo que não ocorria desde 71, com a eleição de Salvador Allende. O mais perto que um presidente brasileiro chegou da esquerda foi o João Goulart, que era trabalhista (PTB) - sem contar a condecoração de Che Guevara promovida pelo Jânio Quadros, lógicamente. Mesmo que o PT tenha assumido uma linha mais liberal, ainda é o partido mais a esquerda - tem orientações socialistas, mesmo que pareça, às vezes, ter se esquecido delas.
Gostaria muito de ver uma união entre essas duas frentes para tentar melhorar a vida dos que tem pouco nesses países. E isso ia ser trabalho para muito tempo. De certa forma, pode-se criar um mercado interno com os produtos que temos aqui, além de procurar parcerias tecnológicas para buscar alternativas aos produtos importados com regionais - até por que a China possui condições parecidas com a nossa "zona tropical", o que pode significar intercâmbios interessantes. Mas isso significa independência, e a "luta contra as drogas" pode ser a próxima em cartaz na Casa Branca, assim que terminar a novela do terrorismo.
Na verdade a eleição dessas esquerdas me faz pensar tantas coisas que dá dor de cabeça. E uma tristeza incomensurável.
ESQUERDAS E A AMÉRICA LATINA