2007-01-26

Conversando com a Fina pelos Comentários do site dela, me dei conta de uma coisa importante: eu ainda acredito nas pessoas. Ela reclamava das pessoas que seriam hipócritas por comemorarem a defesa dos animais com um churrasco. Eu chamei isso de falta de coerência, ela de falta de noção. No fundo é a mesma coisa, mas, como sempre, a minha cabeça foi longe. Imaginei uma diferença mais marcante nos conceitos. Creio que a principal diferença poderia residir no campo da voluntariedade do ato: em um ela não existe, no outro sim. Não creio que o fato das pessoas fazerem passeatas contra o uso de peles na moda e comer foie gras seja algo pensado - penso que fazem isso justamente porque não pensam nisso. Não é evidente para elas que o pobre do bicho que morreu para eles comerem a iguaria é tão bicho quanto a raposa ou o chinchila, criados com o mesmo fim comercial e nas mesmas condições. Não é maldade - é desinformação, desinteresse, em suma, falta de coerência. O outro ponto de vista que surgiu na minha mente sugere que eles comem porque um boi não é uma arara azul, nem um boto cor-de-rosa; daqueles que ficam chocados porque os chineses comem cachorro, justo ele que tem alma e é o melhor amigo do homem (como se a vaca não fosse algo parecido para o hindu). Assim, precisaríamos criar outro nome: não é falta de coerência, é algo inominável, que pode ser definido por uma falta total e irrestrita de noção.

CONCEITOS E CONCEITOS
Texto editado porque não seria justo imputar para a Fina um pensamento que surgiu de mim mesmo. Conforme explicado nos comments, eu e ela temos o mesmo ponto de vista (ou algo muitíssimo similar), só que batizamos de forma diferente porque compreendemos as palavras de forma diferente (viva, somos humanos!).
Fiquei um tempo sem postar mas, desta vez, por uma razão de peso. Perdi meu cachorro essa semana, fruto de uma infecção urinária. O Tigre acompanhava-nos desde 1994. Era um fila mestiço com doberman, ou seja, vira-latas de luxo. Foi muito doloroso para mim e todos na minha casa. Fiquei sem vontade de escrever, de conversar, de rir. Mas agora já estou melhor - o que não significa que esqueci, nem que isso acontecerá um dia. Era um cão alegre, muito brincalhão, mas de personalidade forte. Vai deixar saudades.















TIGRE *06-11-1994 +22/01/2007

2007-01-20

Música do dia...

QUASE UM SEGUNDO
Paralamas do Sucesso

Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

2007-01-18

Bom, está meio parado aqui, mas é resultado da minha incursão por dentro do mundo pê-agá-pê-mai-esse-que-ele. Para me manter, estou webdesaigneando algumas coisas. De repente, aproveito que estou com html na frente o dia inteiro e faço um novo visual para a privada. Mas, por enquanto, pouca atividade recreativa virtual. Nem mesmo o meu sagrado party-poker.

LABUTA

2007-01-09

Bom, tem a música do dia:

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus

MÚSICA DO DIA

2007-01-08

Pra finalizar (pareço uma matraca hoje), um comentário esportivo: se o Grêmio mostrar no gramado a mesma habilidade da diretoria em esconder o nome dos reforços, todos os títulos serão conquistados pelo tricolor na temporada. Dos sete nomes já anunciados, apenas um (o do zagueiro argentino Schiavi) foi veiculado antecipadamente pela imprensa esportiva e foi, sem dúvida, o mais difícil de se concretizar. Todos os outros não foram sequer mencionados antes do anúncio oficial da diretoria. Os setoristas parecem baratas tontas. É a imprensa mostrando mais uma vez a sua incompetência.

OLÉ!
Um papo com a Fina, inacabado pela minha ausência virtual temporária, me fez pensar um pouco a respeito da "cultura gaúcha". Acho que existe uma grande diversidade de bairrismos espalhados pelo "pampa" riograndense. Nesse universo, me familiarizo muito mais com o porto-alegrense e o "gauchesco" em si.

O primeiro é, como o nome diz, proveniente da capital da província. É da onde saíram os roques, os bahs, os nés, os tus, os meus (muito bem representados pela ótima série PoaRS que pode ser vista no youtube assim que ele voltar ao ar), dos passeios na redenção e da vida underground modinha da cidade baixa. Essa é uma cena bem independente, de onde saem bares alternativos e bandas como a Graforréia Xilarmônica (pra quem não conhece, tiveram as músicas "Eu" e "Nunca diga" regravadas pelo Pato Fu), Cachorro Grande e Bidê ou Balde, numa grande diversidade cultural.

O segundo, é muito mais aristocrático. Tem uma série de regras e é comercialmente dominado pela mídia, mesmo que o MTG (movimento tradicionalista gaúcho, órgão que "regulamenta" o que é ser gaúcho) ainda reivindique autonomia. Dentro dos CTG's (centros tradicionalistas gaúchos) existe uma certa independência, e uma grande participação da juventude.
É marcado pela padronização, valendo até questões tão graves quanto qual é a cor da bombacha de um gaúcho autêntico.

Preciso concordar que existe preocupação e espaço para a manifestação dos bairrismos daqui na mídia. Mas não sei se isso não é presente também em Pernambuco, na Bahia, em Minas Gerais. Acho que isso é mais um resultado de recalques destes "gauleses irredutíveis" que querem, através da exacerbação das diferenças, tirar um pouco da importância do centro do país (autocreditada, diga-se de passagem). A cultura gaúcha é, acima de tudo, teimosia.

GAUCHISMOS E CORRELATOS
Iraque pode permitir estrangeiros explorar petróleo

É de doer. Sinceramente eu não sei se dá para acreditar na humanidade. Dá uma angústia, um nó na garganta, um aperto no peito. É muita injustiça. E há ainda quem acredite que o capitalismo se auto-regula, ele mesmo pode se controlar e ser justo. É impossível, pelo menos enquanto as forças foram tão desiguais. E viva à democracia...

PODRIDÃO
Primeiro post de 2007. Pra variar, vou dar uma pauladinha na "nossa governadora":

Os jornais daqui que circularam no sábado, apontam que Yeda Crusius já começa o ano descumprindo o que prometeu (e que alguns até acreditaram) durante a campanha: privatizando. Com a desculpa de não ter dinheiro e com a negativa da gestão anterior de manter o "tarifaço" (artimanha utilizada por seu antecessor, Germano Rigotto, para aumentar a arrecadação com o aumento de impostos) para este ano, a governadora começa a tentar "alternativas". Esse sempre foi meu medo, e parece estar se confirmando.

O formato desta privatização é temeroso. A idéia é fazer a iniciativa privada contratar os policiais para trabalharem por mais seis horas ao dia (já trabalham igual período) e atenderem a comunidade nas horas em que não estiverem trabalhando para os mesmos. Os particulares mantêm os veículos, pagam a munição e têm as suas casas e estabelecimentos vigiados pela polícia. A justificativa é que os policiais já fazem jornada dupla como seguranças para complementar o soldo. Assim, esta maneira legalizaria o segundo emprego do brigadiano.

Mas esta não é a pior parte. Sob este formato, cada vez mais a polícia vai defender quem tem dinheiro, deixando o crime livre na periferia como sempre esteve. É ridículo.

FELIZ 2007