2002-12-05

Estou lendo Nietzsche. Denovo.

Desta vez vou até o final. Assim Falou Zaratustra - Um livro para alguém ou para ninguém. Um dos melhores do cara, sem dúvida. É muito interessante ter o ponto de vista dele, ainda mais envolto em tantas pérolas - ou pedradas - na sociedade.

No prefácio li que o Nietzsche é considerado o recriador do idioma alemão. E mesmo com o meu limitado vocabulário germânico, tenho que concordar. Estou lendo a versão em português, mas sempre imagino as combinações que ele fez para buscar a palavra certa. Milhares de trocadilhos, palavras que rimam quase que na frase toda, tudo muitíssimo bem armado. Tanto que, em versões traduzidas, perde o encanto literário, ficando apenas a veracidade dos argumentos.

Blá, blá, blá. O que tem isso a ver? É que lembrei de uma coisa. Num dos primeiros teiques de "Encontrando Forrester", o personagem principal do filme é visto em seu humilde quarto - dormindo se não me engano - acompanhado das obras de muitos mestres da literatura. Entre eles: Shakespeare, Joyce, Kafka e... Nietzsche. Será que o guri era algum tipo de filósofo? Ou sabia ler em alemão? Se as duas alternativas são falsas, não vejo o motivo dele estar ali. O inglês não é uma língua tão precisa quanto o alemão; sendo assim, seria muito difícil que a parte estilística da coisa tivesse algum impacto no escritor amador. Acho que isso é apenas mais uma cagada hollywoodiana.

IDIOMAS ASSÍNCRONOS