2002-11-29

Hoje até os pactos de sangue só são selados mediante o uso de camisinha.

TEMPOS MODERNOS
Os estudantes de letras que me desculpem, mas eu não resisti.

Não conheço a etimologia das palavras. E não gosto de racismos. Assim, coloco-me radicalmente contra uma palavra que escuto e uso regularmente. E, inclusive, não utilizarei mais a dita cuja, a não ser para lançar alguma piada ácida daquelas que o Woody Allen faz - e por sinal, quase ninguém entende. Sem mais delogas, ei-la: Agregar.

Por que "agregar" significa colocar algo mais, juntar algo melhor em alguma coisa? Não se agrega uma pena de trinta anos de prisão para um assassino que já possui cento e cinquenta. Só que evitamos um comentário que não agregue valor algum.

Onde está o racismo? A saltar aos olhos: por que não alatinizamos? Ou afenicizamos? Aromanizamos, por que não? Por que apenas os gregos tem que dar alguma boa contribuição para alguma coisa?

Em suma, eis meu grito: abaixo ao racismo literário!

RACISMOS LINGÜÍSTICOS
.

Entreverado em mais uma das minhas incursões literárias, dei-me com um novo bicho papão para os meus pesadelos: o lucro. Estava lendo sobre os pensadores econômicos e suas histórias para ver se a minha teoria sobre bancos estava correta. Em parte sim, noutra não.

Como eu já tinha escrito aqui, os bancos realmente são a tropa de elite do sistema capitalista em si. Eles pegam o dinheiro do correntista e emprestam para os capitalistas - donos de estabelecimentos geradores de riqueza - em troca de juros. Destes juros, uma parte vai para o fulano que colocou seu dinheiro na poupança e outra fica com o banco. Isso para salvar o sistema de um colapso mundial, dado que as pessoas tem a tendência de poupar.

Imagine o impacto de um mundo sem bancos. As pessoas guardariam seus dinheiros nos colchões, para ter dinheiro. Não sei por que, mas elas fazem. Isso diminui o dinheiro que circula no país. Parte-se do princípio lógico que as empresas pagam o maior salário que podem aos seus funcionários de modo a manter os lucros que garantem seus padrões de vida. Assim, como as empresas poderiam crescer e gerar mais empregos se o dinheiro está forrando o sono de seus próprios trabalhadores?

Por isso afirmei que em parte as minhas teorias se confirmavam e em outras não. Os bancos não são instituições inúteis, eles financiam o desenvolvimento das empresas. Mas elas ganham dinheiro encima de dinheiro, numa conta que não entra na minha cabeça. Nem na de Marx, pelo visto. O que acabou gerando um ônus para meu futuro próximo traduzido em uma nova dor de cabeça filosófica: o que é o Lucro, afinal de contas?

ACHISMOS ECONÔMICOS
.

Escrever é uma tarefa fácil. Veja os autores mais lidos. Ou os não lidos, se tiver paciência. Eles pegam, calçam seus dedos em penas, canetas, e cilindros escritivos em geral ou teclas, seja lá qual a idade ou preferência do indivíduo e escrevem. E o que lemos? Um monte de coisas. Visões de um período histórico, dissertações sobre os absurdos da vida, uma série de encontros e desencontros. E o que é isso? Sentimento. Os escritores traduzem em sílabas os sentimentos que ocupam suas massas encefálicas no exato momento que os dedos executam movimentos mecânicos rotineiros e sem objetivo específico.

Então estamos combinados. Sinta. Raiva, fome, dor, amor, ódio, neuroses. E escreva. Se faltar inspiração, brigue com o companheiro, chute o gato, morda o cachorro, mande a síndica plantar batatas, crie um amor platônico por uma beterraba, torça para o Ibis, lembre-se de quando tomou a decisão de largar a chupeta, a responsabilidade que foi comprar pão pra sua mãe pela primeira vez. Dê força pros seus dedos.

E seja feliz.

ESCREVA
Tem gente que acha bonito doer.

Sério. Essa afirmação parece absurda, mas é verdade. Tem gente que acha super legal espalhar aos quatro ventos que sofre. Por vários motivos. Tantos, que nem sabe dizer o verdadeiro. Tipo sofrer porque a caneta vermelha, aquela que acompanha a pessoa desde o ano passado, deu seu último suspiro no bloquinho cor de rosa enquanto escrevia a palavra amor. Pieguice de primeira categoria.

Pode parecer demonstração de sadomasoquismo barato. Ou apenas vontade de aparecer. Eu sempre digo, se quer aparecer pinta a bunda de laranja e sobe num poste. Aproveita que é natal e pega umas luzinhas coloridas e pendura em volta das orelhas, vai ajudar um bocado. Só que as criaturas resolvem fazer algo mais papelão do que isso: blogam.

Detesto o maldito verbo blogar. Detesto as pessoas que se fazem de vítima para os outros poderem ver que não são tão desgraçados o quanto supõem. Detesto os indivíduos que mantêm viva a esperança dos pobres desgraçados que pensam que estamos brincando de viver e esperam desesperadamente por um mundo de sonhos que nunca vai chegar a se concretizar. Se for pra se deprimir, escolhe a quantidade de pessoas sem teto, os sem empregos, se desespera com o futuro miserável que te espera. E depois que ficar bem puto com isso, te mexe. Faz acontecer. E engole esse choro.

MOMENTOS
.

A nova filosofia deve partir de mentes coletivas. E acho que a internet poderia ser um grande cérebro com milhoes de sensos críticos que poderiam desenvolver teorias que melhorariam o mundo muito melhor do que apneas um louco solitário que xinga todos os que não tem intelecto de mesma dimensão que a sua. A coletividade seletiva pode, com a mais absoluta certeza, curar os males sociais que temos visto todas as vezes que tiramos os nossos olhos dos monitores. É uma questão de ter neurônios, paciência e bons olhos para digerir as outras opiniões antes de rechaçar todas as verdades de fora.

Mas pessoas preferem blogar. E os manda chuvas respiram aliviados.

CIÊNCIA DO PODER DO REMÉDIO
Blogar: vt.dir ato de descrever coisas do seu cotidiano inútil para que todos os outros inúteis leiam e se sintam bem.

Se você coloca suas opiniões em algum site, fique tranqüilo. Você não bloga; escreve.

DEFINIÇÕES
Música do dia:

THERE'S NO ANOTHER WAY
Blur

You're taking the fun
Out of everything
Making me run
When I don't want to think
You're taking the fun
Out of everything
I don't want to think at all

There's no other way
There's no other way
All that you can do
Is watch them play

You're taking the fun
Out of everything
You're making it clear
When I don't want to think
You're taking me up
When I don't want to go up anymore
I'm just watching it all

2002-11-19

Se a minha vida é um livro aberto, por que diabos eu não posso pular umas paginazinhas e ler o que vai acontecer no próximo capítulo?

FRASE DE IMPACTO #17

TÉDIO

2002-11-18

Música do dia:

LOVE FOR SALE
Talking Heads

I was born in a house with the television always on
Guess I grew up too fast
And I forgot my name
We're in cities at night and we got time on our hands.
So leave the driving to us.
And it's the real thing.

And you're rolling
In the blender
With me.
And I can love you
Like a color
TV.

Now love is here
C'mon and try it
I got love for sale
Got love for sale
And now love is here
C'mon and try it
Got love for sale,
Got love for sale.

You can put your lipstick all over my designer jeans.
I'll be a video for you.
If you turn my dial.
You can cash my check if you go down to the bank
You get two for one
For a limited time.

Push my button...
The toast pops up
Love and money
Gettin' all
Mixed upu
And now love is here
C'mon and try it.
I got love for sale
Got love for sale

Love is here
C'mon and try it
I got love for sale
I got Love
Love
Love
Love
Love
Love
Love
Love
Até os ovos.

2002-11-17

Atenção à chamada:
Feldspato?
- Presente!

A GEOLOGIA E SEUS NOMES MIRABOLANTES
ou
OS TÍTULOS DOS SOPÉS DE TEXTO MAIS COMPRIDOS QUE O PRÓPRIO TEXTO POR SIMPLES FALTA DE CRIATIVIDADE OU APENAS QUEBRA DE PARADIGMAS
E, acrescido a galeria, combinando com a minha azia, o ácido Pensar Enloquece. Pense nisto. Relativo a esse site, opiniões são raras e devem ser preservadas. Ainda mais se coniverem larga dose de senso de humor.

Juntamente com esse, o Imprensa Marrom, onde podemos observar bofetadas no (décimo)quarto poder.

E, já que estamos falando de imprensa, a partir de agora, me mantenho atualizado: Mundo Perfeito no café da manhã.

LEAMOS
Imagino o mundo drogado, prostituído e morto em três dias.
Isso é o feriadão.

Ficamos com a imagem do dia (surrupiada daqui)

2002-11-11

O que é que tá olhando?
Nunca te arrependeu de nada não, o?

NEVERMIND

2002-11-07

Tá legal, a última do Overman. Depois eu paro.

Acho que vou abandonar a net.

Pode parecer uma resolução meio estúpida, mas tem a ver com um antigo sonho. Gostaria de ser escritor. Mesmo escrevendo desse jeito tosco. Só para satisfazer o ego. Criar uma nova corrente literária: a Corrente do Medo. Seriam livros tão escabrosos que dá medo de ler. Tenho fortes nomes para me apoiarem nesse novo ramo, inclusive dando margem aos futuros literatos brasileiros pensarem se esse período já não começou faz tempo em solo tupiniquim.

Minha base seria muito simples. Fazendo uso da falta de critérios, escreveria apenas por escrever, contos intermináveis de seiscentas folhas. Não me esforçaria para criar personalidade para os personagens, nem mesmo situações que possam ser entendidas como qualquer crítica social. Colcocaria cenas de sexo bagaceiras, muita choradeira e um herói puritano que só ia conseguir ser feliz no final. Em suma, uma mistura de roteiro de novela mexicana com a das oito.

Sim, mas por que tu vai abandonar a internet se tanta gente aqui já escreve desse jeito? Oras, simples. Se eu escrever assim, ficar doidão por uns dez a quinze anos experimentando viagens em todos os tipos de drogas, achar um cantor e escrever algumas letras que descrevam essas viagens, parar depois e dizer que virei vidente, pode ter certeza que terei meu lugar entre os imortais. Então, preciso começar a minha manobra de marquting o mais rápido possível.

ABL
Música do dia:

ACROSS THE UNIVERSE
Beatles

Words are flying out like
endless rain into a paper cup
They slither while they pass
They slip away across the universe
Pools of sorrow waves of joy
Are drifting thorough my open mind
Possessing and caressing me

Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Images of broken light
Which dance before me like a million eyes
That call me on and on across the universe
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box
They tumble blindly as they make their way across the universe

Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world

Sounds of laughter shades of earth
Are ringing through my open views
Inciting and inviting me
Limitless undying love
Which shines around me like a million suns
It calls me on and on across the universe

Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Jai guru deva
Jai guru deva

2002-11-06

.

O novo ministro dos transportes do governo Lula já está dando o que falar. Furo de reportagem da PrivadaPublica, descobrimos algo que nem a Veja conseguiu: um nome. Parece que o comitê de transição deixou escapar, enquanto satisfazia as necessidades excretórias humanas em uma de nossas subsidiárias em Brasília, que Celso Roth (ex técnido de times grandes do nosso futebol como o Palmeiras, o Inter, Santos e Vitória) seria o nome mais indicado para a função.

Em entrevista ao nosso repórter por telefone, Celso Roth diz estar muito preocupado com os acidentes de trânsito, e crê ser a melhor pessoa para cuidar disso. "O problema do automóvel é muito simples. Tudo vem de uma questão fundamental: o carro tem apenas um volante. Quero aprovar uma lei que os veículos tenham no mínimo dois volantes, com o ideal de três ou mesmo quatro."

Essa declaração já teve uma repercussão, o nosso assíduo leitor, Sr. Presidente da Volksvagen do Brasil: "Como é que vamos fazer Gol com três volantes?" perguntou intrigado.

MI(NI)STÉRIOS DA TRANSIÇÃO
Ela tem uma música. Horrível. Sintetizada. E ganhou um Grammy.

Amplamente escrachado por Matt Groening, o Grammy tem uma psicologia absurda. Não se veem pessoas que fizeram realmente grandes trabalhos ganhando o "maior" prêmio da música. Existe, ao contrário, uma espécie de mapeamento do que está vendendo - mesmo com qualidade duvidosa - para indicar os indicados. Também juntam-se a esses os falidos que as gravadoras insistem em querer colocar devolta no cenário musical e os filhos dos conhecidos de alguém que é a aposta para o próximo ano. E, para completar, uma pessoa que fez algo decente, que por sinal, nunca ganha. Muita pirotecnia e muito mau gosto.

Ao invés dessa palhaçada milionária, eu tenho outra proposta para o Grammy: uma versão socialista. Isso mesmo. Parte-se do princípio que todos os artistas do ramo musical precisam ganhar a mesma quantidade de dinheiro. Assim, por exemplo, a Madonna poderia ceder dois ou três prêmios para a Mel C, (ou B, ou H, sei lá qual é a da carreira solo). A qualidade seria a mesma - um miserê do caramba - mas pelo menos apareceriam mais pessoas com esse premio. E, só para variar, eles poderiam premiar gente decente.

GRAMMY

2002-11-04

É legal conversar por e-mail.
Acho melhor que fazer o mesmo via icq, mirc e similares.
E é necessário, as vezes.
Divertido, inclusive.
Aina mais se tu tiver no modo "nem aí" ligado.
Sem escolher palavras.
Só derrubar atabalhoadamente sobre o teclado.
Idéias, lógico.
Terapia zen.
Sensação de irrealidade.
Coisas que só a vida traz pra você.

MUNDO SOCIAL DE OZ - MS D'OZ
Música do dia:

CRAKITY JONES
Pixies

jose jones
told me alone
his story
he got friends
like paco picopiedra
la muneca
he receives on his set
crack crack crackity jones

please forgive me
jose jones
you need these walls
for your own
i'm moving out of this hopedaje
i'm afraid you'll cut me boy

thirty miles by
hundred miles by
stinking island
por goofiar
en crushing automovil
chasing voices
he receives in his head
crack crack crackity jones
Quando eu crescer, quero ser igualzinho ao Overman.
Estou em em postura ignorante. Tipo:

2002-11-03

Quem tiver preguiça de clicar no Miguelito, faz favor de ao menos ver essa aqui:

Momento bobagem cult, segue link para conhecer "Los Três amigos".

É só clicar no Miguelito aqui em baixo. Ele mesmo, do célebre diálogo:

-Hey, hombre, como te chamas?
- Miguelito señor!
-Te chamabas!


Divirtam-ses:

- Alguém tem mais alguma coisa a dizer sobre a poluição nas grandes cidades?
- Ah...
- Pois não?
- Ah... Atchim.

RINITE
Música do dia:

AVA ADORE
Smashing Pumpkins

it's you that I adore
you'll always be my whore
you'll be the mother to my child
and a child to my heart
we must never be apart
we must never be apart
lovely girl you're the beauty in my wrold
without you there aren't reasons left to find
and I'll pull your crooked teeth
you'll be perfect just like me
you'll be a lover in my bed
and a gun to my head
we must never be apart
we must never be apart
in you I see dirty
in you I count stars
in you I feel so pretty
in you I taste god
in you I feel so hungry
in you I crash cars
we must never be apart
drinking mercury
to the mystery of all that you should ever seek to find
lovely girl you're the murder in my wrold
dressing coffins for the souls I've left behind
in time
we must never be apart
and you'll always be my whore
cause you're the one that i adore
and I'll pull your crooked teeth
you'll be perfect just like me
in you I feel so dirty in you I crash cars
in you I feel so pretty in you I taste god
we must never be apart
É incrível, mas, por mais ensaio que tenha, por mais força de vontade, tem pelo menos uma vez que, ao ouvir "alô" do outro lado da linha, as palavras tropeçam e caem diarréica e desordenadamente no colo de quem merecia uma dúzia de rosas brancas ao invés de cinco minutos de frases desconexas.

Final feliz, meu caro, só em hollywood.

TELEFONES
A vida na janela do trem.
Tudo passa rápido.
As pessoas são como estes postes.
Não tem nome.
Só passam.
A não ser aquelas que eu quero.
Só que elas também passam.
Eu quero que esse poste...
Já passou.
Estava me acostumando.
Queria sempre comigo.
Mas estamos a noventa por hora.
E nesse instante tenho que esquecer.
Não posso ainda olhar praquele poste.
Mesmo que eu queira.
Gire a cabeça.
Compre um binóculo.
Um aparelho de tv.
Se meu olhar ficar para trás não estarei mais na realidade.
Não serei mais vivo.
Estarei fora do trem.
Mesmo meu corpo aqui dentro.
Melhor mesmo é não olhar para fora.
Ou simplesmente fechar as cortinas.

VITALÍCIO E HEREDITÁRIO
É complicado isso, mas tudo o que tu faz tem reflexo na outra pessoa.

Portanto tente ser uma pessoa direita. Não faça algo que tu vai te arrepender depois. Minta para si mesmo e diga que não foi bom, que as coisas não devem ser assim. Faça a coisa errada, mas sempre se punindo, sempre aceitando o erro e jurando que nunca mais vai se repetir.

Junte a isso três aves marias, uns cinco pai nossos e estará no céu.

Deve ser esse o segredo da assiduidade nas igrejas.

CREDOS
Eco.

Reverberação.

A palavra soando por todos os ossos do ouvido, mesmo sem fazer nenhum deles vibrar. Todos os recantos daquela caixa vazia estão ocupados em disseminar aquele princípio de caos interno. Pensar já não vale a pena com o ensurdecedor badalar uníssono dos princípios criados pelas pessoas. Culpa. Existe este sentimento em cada centímetro das linhas que formam a assinatura do sujeito. Que ditam a sua personalidade. Preenchem os pingos dos seus is. O processo uniforme de preocupação com o mundo exterior, do mesmo modo que ele tinha jurado nunca mais fazer.

Sentimento.

Sentido.

POAJSPFGM
Monstros.

As pessoas criaram eles por terem medo. Tudo o que não conheciam ou que não tinha explicação lógica era obra de um monstro. Ou até mesmo fenômenos naturais. A queda de uma árvore não podia ser obra do vento. Ele é bom. Só poderia ser obra de um animal enorme. Diferente de qualquer coisa que já foi vista. Uma coisa malvada. Algo demoníaco.

Conforme o tempo foi passando e as pessoas foram descobrindo o mundo, o monstro acabou perdendo seu encanto. Já se sabe que a natureza é capaz de muitas coisas. Aprendeu-se a tratar os desvios de formação genética, os estranhos. Os grandes animais já estão quase todos catalogados. E então começam a aparecer os melindres da raça. Eles já não tem aspecto ruim, mas tem índole nascida dessa árvore. Esgueiram-se pela noite. Aparecem quando não tem ninguém para te proteger, quando tu está sozinho. Nos momentos de fraqueza. Tem personalidade maléfica, criam discórdia e desordem. Assustam pelo fato de terem pensado aquilo, de terem feito a coisa de maneira tão sórdida e sem motivos.

Enfim, dia após dia, os monstros estão mais humanos.

MONSTROS