2007-01-08

Um papo com a Fina, inacabado pela minha ausência virtual temporária, me fez pensar um pouco a respeito da "cultura gaúcha". Acho que existe uma grande diversidade de bairrismos espalhados pelo "pampa" riograndense. Nesse universo, me familiarizo muito mais com o porto-alegrense e o "gauchesco" em si.

O primeiro é, como o nome diz, proveniente da capital da província. É da onde saíram os roques, os bahs, os nés, os tus, os meus (muito bem representados pela ótima série PoaRS que pode ser vista no youtube assim que ele voltar ao ar), dos passeios na redenção e da vida underground modinha da cidade baixa. Essa é uma cena bem independente, de onde saem bares alternativos e bandas como a Graforréia Xilarmônica (pra quem não conhece, tiveram as músicas "Eu" e "Nunca diga" regravadas pelo Pato Fu), Cachorro Grande e Bidê ou Balde, numa grande diversidade cultural.

O segundo, é muito mais aristocrático. Tem uma série de regras e é comercialmente dominado pela mídia, mesmo que o MTG (movimento tradicionalista gaúcho, órgão que "regulamenta" o que é ser gaúcho) ainda reivindique autonomia. Dentro dos CTG's (centros tradicionalistas gaúchos) existe uma certa independência, e uma grande participação da juventude.
É marcado pela padronização, valendo até questões tão graves quanto qual é a cor da bombacha de um gaúcho autêntico.

Preciso concordar que existe preocupação e espaço para a manifestação dos bairrismos daqui na mídia. Mas não sei se isso não é presente também em Pernambuco, na Bahia, em Minas Gerais. Acho que isso é mais um resultado de recalques destes "gauleses irredutíveis" que querem, através da exacerbação das diferenças, tirar um pouco da importância do centro do país (autocreditada, diga-se de passagem). A cultura gaúcha é, acima de tudo, teimosia.

GAUCHISMOS E CORRELATOS