2007-07-06

A pergunta é: a favor ou contra um brasileirão de pontos corridos?

Penso que, por um lado, realmente ganhamos em organização. Os clubes que mais se organizaram neste período parecem estar se posicionando cada vez melhor nos campeonatos (vide o Internacional e o São Paulo, principalmente, e o Grêmio e Botafogo em um segundo plano). Manter um técnico por um longo tempo e trabalhar o plantel, e não um time, tornaram os times mais "europeus". Ainda existem coisas a acertar na organização (como, por exemplo, as datas do calendário e das janelas de transferências, bem como as cotas de televisão e valores de premiação) e nos próprios clubes (duração de contratos, estrutura - estádios mais modernos - e profissionalização dos comandos). Mas, se o caminho é espelhar-se nos campeonatos de fora, o caminho é esse.

Por outro lado, eu sou fã das finais. Ter um jogo para decidir tudo, com superação, onde uma falha pode custar o título. Esse gostinho de esperar até o final para saber quem vai ser o campeão era uma das coisas que fazia o futebol brasileiro ter menos medo de perder e se jogar para definir uma partida. O excesso de jogadores e técnicos que pensam no "conjunto da obra" (Luxemburgo, Mano Menezes, Muricy, Cuca, Renato Gaúcho) faz com que alguns jogos sejam sofríveis, com a mentalidade do "um ponto é lucro". A audácia do jogador é substituída pela disciplina tática. E cada vez mais o futebol perde a passionalidade, embalada na política de "elitização" do público que vai ao estádio em nome da "segurança", e na burocratização do futebol. Temo pelo futuro do "futebol arte".

FUTEBOL E COISAS PARA PENSAR