2007-04-18

O escudo da liberdade de imprensa é o grande mal deste órgão, segundo a minha humilde opinião. Faz com que não respeitem a lei (como a "proteção das fontes", o uso de grampos telefônicos, discussões sobre processos que deveriam ser sigilosos), nem a ética, nem mesmo as pessoas que buscam a informação por este meio. Se, por algum motivo, são atacados - seja com atitudes covardes como a morte de jornalistas "metidos", ações judiciais contra divulgaçao de notícias, ou mesmo através de um ato político, como foi o caso da tentativa do presidente Lula de criar um órgão "regulador" da imprensa - pulam em defesa desta liberdade, como se fosse a única verdadeiramente importante e inviolável.

Mas que liberdade é essa? Eu não posso dar uma de imprensa: em primeiro lugar, não estou "academicamente capacitado" (não sou jornalista) para esta função. Em segundo, não tenho dinheiro para abrir um jornal, nem ligação política para conseguir uma concessão de televisão. E, para parar por aqui, não tenho um posicionamento político consoante com as mais poderosas redes do Brasil - trocando em miúdos, a Rede Globo - que ditam as regras do que pode ou não ser transmitido.

A liberdade de imprensa só pode ser respeitada quando houver a democratização da mesma. Neste sentido, acho interessante a proposição do governo Lula de criar um objeto de propaganda oficial do governo - pelo menos será alguma palavra alternativa ao discurso "midiático" vigente. Ainda espero ver canais de esquerda na minha televisão que mostrem outros modos de vida, outras possibilidades. Só quando esta pluralidade for atingida é que vou reconsiderar a minha opinião sobre a imprensa.

LIBERDADES DE IMPRENSA