2003-06-12

Pois bem, eis que existe o medo. O temor maldito de estar certo ou apenas exagerado. É resultado de não pensar por não ser pensado. Como se o ser só existisse se fosse sonhado por outro. Se ninguém deseja que tu existas, tu não existe. E a falta da certeza sobre os teus próprios atos determina os teus medos.

Mais um dilema, neste ponto, se coloca: até onde a tua vontade de existir pode ir? A falta de um signo que mostre a tua existencialidade pode fazer com que tu queiras ser querido e, de fato, dentro do teu mundo, tu sejas? Podemos nos enganar com coisas que nós mesmos criamos na condição de gerar benefícios ao ego? Enfim, posso me fazer vivo pela expectativa de que alguém me queira vivo de maneira tão intensa que teria a minha imortalidade assegurada?

O fato de ser você em outro pode ser amor. Eu acredito mesmo que seja. O problema é amar a sua presença nos outros. E a linha que divide isso é tão tênue quanto o contorno dessas letras.

FELIZ DIA AOS NAMORADOS