2003-02-07

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Saudade dos jogos de futebol da pré escola. Aquela coisa agradável. Os meninos devem se lembrar. Ninguém sabia muito bem das regras. Não entendia o que era um pênalti, ou uma falta. Inventava elas. "Dois num é falta..." ,"Sai quando bater a bola na parede", "fulano não pode bater falta porque o goleiro tem medo", e outras. Essa última por motivo óbvio: ninguém queria ser goleiro. Mas o que mais me emocionava era ver o movimento que eu e meus colegas fazíamos atrás daquela bola: um corria com ela enquanto todos os outros iam atrás. Do time rival e do mesmo time. E era freqüente o caso em que a bola era roubada. E, do mesmo modo, a reclamação: "Ei, tu é do meu time!". Canseira.

Quase cinco anos depois, na quarta série, pelo menos o conceito de "time" já está encrustado na mente ainda jovem da garotada. Pode-se notar que agora só disputam a bola jogadores de times diferentes. Surge a figura do baixinho habilidoso -e fominha, do gordinho que sempre dá um bicão na bola - e o goleiro foge, o pobrezinho que chora sempre que recebe falta, o outro que chora para receber falta, etc. Passes ainda são raros, mas gols temos às pencas. E os professores sorriem satisfeitos. A final, eles estão socializados e saberão conviver com o seu próximo.

E ainda chamam isso de preparação para a vida.

PASSADO PRESENTE