2002-10-11


Ficou uma pergunta. Mais uma. Alguém me diz o que as pessoas vão dizer dessa geração no futuro?

Pois é, fiquei pensando. Devido ao meu interesse histórico. Sabe como é. Existem aqueles caras que hoje estão com seus quarenta ou cinqüenta anos, que lutaram por alguma causa. Que escreveram, que leram, que se engajaram em alguma coisa. Movimentos. Foi a resistência, os comunistas, as diretas. Os anti censuras que maravilhosamente driblavam os olhares incisivos dos contratados para matar a língua. Os anti totalitaristas que foram exilados. Todos tem história para contar para os netos.

Nós, por sua vez, deveríamos ter alguma coisa para contar. Nem que seja alguma piada. Aliás, piada, nós temos uma. O Fora Collor. Cara, o movimento mais patético da história. Um monte de estudantezinhos fazendo baderna nas ruas, bebendo e fazendo festas. Modismo. Nem sabiam o que estavam fazendo. E não tinham força para fazer o que eles até hoje se gabam de terem conseguido: derrubar um presidente. Foram apenas usados pelos meios de comunicação como demonstrações da força de um povo cego. Brinquedos.

Imagina se eles tivessem que encarar a guarda? Como Dorval? Se eles fossem presos? Se a polícia tivesse no lado contrário? Ah, mas essa nova geração de estudantes era de paz. Pois sim.

Acho que vou me rebelar contra alguma coisa. Contra o Sílvio Santos. Contra o Roberto Marinho. Contra cultura novamente. Contra os Big Brothers, os americanismos, os Brasil Verdade, as novelas das oito que passam as dez. Contra o Big Mac e o Mickey. Tenho que dar um jeito de fazer isso. E acho que vou usar as minhas palavras.

Vivas aos erros de português. Não vamos sucumbir. Levantem as bandeiras, é hora de pensar.

PENSAR = DIFERENÇA