2002-09-10

Volto a falar na Amanda (espero que ela não esteja de saco cheio), mas não podendo evitar. Li um texto no site dela onde ela baixa o sarrafo nos modismos. Ela já tinha feito isso quanto as tatuagens e piercings, e agora ataca tudo o que gira em torno dessa "maravilha" do mundo midiático: cabelos, músicas, novelas, etc. E fala, com muita propriedade, a respeito da padronização comportamental induzida. Seja o que os artistas são, faça o que os outros fazem, seja igual. Porque isso é cool.

Fiquei pensando a respeito. O que leva as pessoas a serem escravas dos meios de comunicação (principalmente televisão)? Primeiramente deduzi que fosse a DISCRIMINAÇÃO. As pessoas são iguais porque os diferentes são estranhos. E ser diferente no Brasil - e no mundo inteiro - é errado. Vestido desse jeito, parece uma bicha. Esse teu serviço tá parecendo coisa de preto. O cara parece uma mulherzinha. É bem coisa de comunista. Não adianta, a maioria dessas frases não deveria soar como ofensa. E tudo isso é aumentado na lente da mídia.

Mas, analizando mais precisamente, vemos que a discriminação - e a padronização do comportamento por conseguinte - é fruto de outro sentimento. O MEDO. Principalmente o medo de ficar sozinho. A pessoa quer ser igual porque se ela for diferente vai ser desprezada pelos amigos. Porque vai perder o emprego. Vai ser apedrejada da mesma forma que já fez várias vezes com os outros. E o mesmo medo de ser sozinho faz com que os diferentes se juntem em grupos de minorias - leia-se aí hippies, metaleiros, GLS, negros, etc. - e adotem, só de farra, uma série de coisas só deles, uma marca. Algo que mostre a todos que não, eles não são sozinhos. Os outros é que são.

E começar a mudar isso é simples. Desliga a tv. Veste o que melhor te convir. E, principalmente, NÃO ROTULE NINGUÉM. Aceite as diferenças. Assim todos serão iguais.

IGUALDADE NAS DIFERENÇAS